Jogo sem Rima
Leio poesia enquanto assisto
Silenciosa
a uma partida de futebol.
Nenhum gol no horizonte e nenhuma emoção mais forte nas
letras,
melhor assim;
que assim seja!
Enquanto a vista direita deita-se na página - preto no
branco dançando,
o olho esquerdo esforça-se para acompanhar a bola,
Maltratada,
a correr com sofreguidão pelo gramado verde.
Resta pouca poesia no futebol nos campos da minha terra,
falta-nos vocabulário e graça,
e sem ritmo e rima,
minguada, suspira sem fôlego a ginga.
Sobra, então,
para a completa tristeza do olho esquerdo,
um atropelamento de palavras que nada comunicam.
Passes infrutíferos,
dezenas de cruzamentos mudos
e a minha defesa a gritar em alto e bom tom: aqui não!
Como começou tudo termina e o placar embalado pela ode à inércia
Cochila.
O meu time venceu.
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