Carlos
se você fosse o Drummond
não seria o meu Carlos
fosse você o Drummond
não estaria a doer-me o miúdo no peito
se o Drummond fosse você
sentar-me-ia a teu lado em frente ao mar
o mar do Rio de Janeiro.
Azul, eu sou.
Tristeza pequena e quieta,
Escondida no canto do olho,
Depois que descobri que tudo tem fim.
Inverno
Nada ouço além de um músculo dentro do peito
Não há canções, não há paixões nem sofrimento verdadeiro
Fiz-me mente e realidade
Alma trancada, perdida a chave
Há beijos sem amor, há os filhos que não tenho
Sempre agarrados aos meus cabelos.
Lágrimas solitárias e preguiçosas
Silenciosamente chegam sem que as vejam
Talvez eu seja como todos, e queira exatamente o que
Não tenho, por capricho
Fazendo de conta que não fui eu que escolhi meu caminho.
Fiz-me forte, fiz-me ilha
Que vê os barcos passarem ao longe
E o sol se pôr a milhas
Escondo-me atrás de mim
Fingindo sempre acreditar no que digo a toda gente:
Sou assim
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