Buddha |
Assim, como se fosse uma espécie de Natal, ou grande feito para a humanidade, o Mundo e principalmente os Estados Unidos celebraram a morte de Osama Bin Laden no dia 1º de maio deste ano. Os americanos saíram às ruas, bandeiras nas mãos e celebração; presidentes, reis e primeiros-ministros ao redor desta Terra, que já não está tão azul assim, falaram da justiça feita, do alívio para muitos, de um grande passo a caminho da paz mundial e, até do primeiro milagre de João Paulo II. Bem, eu, cá em minha santa ignorância de tudo que se passa neste mundão e pequena competência para entender toda a complexidade da alma humana, penso que em nenhuma instância o assassinato de alguém é algo para celebrarmos. Mas, talvez, eu seja apenas ingênua demais.
Sei bem que o Sr. Bin Laden não foi lá um exemplo de ser humano afinal. Ele foi o responsável direto e/ou indireto pela morte de milhares de pessoas, alguém que trouxe muito sofrimento consigo. Um homem com a visão distorcida do que seria bom para ele e sua família, para sua comunidade e nação muçulmana. Com certeza, um homem que ninguém deveria admirar ou quereria defender e, cuja morte não me dá ganas de chorar. Porém, mesmo assim, me caiu estranho isto de celebrar a morte de alguém como se isso fosse algo bom. E por mais que eu cutuque os miolos de minha cachola feminina, isso me soa a vingança e ponto final.
Também sei que não perdi nenhum filho, amigo, pai ou sobrinho então e, tenho plena certeza de que sou, como ser humano, completamente capaz de esganar qualquer um que ameace a vida dos que amo num momento de pura raiva animal, instinto feroz, uma cegueira brutal da qual não me orgulharia, mas que creio não poderia evitar. Por isso, entendo que para todos os americanos que sofreram, a morte de Osama traga certo alento. Compreendo que pais, filhos e amigos sintam-se aliviados. Todavia, esta pequena e fraca satisfação está longe de toda a alegre celebração, de um passo importante para a paz mundial, do inicio da derrocada do terrorismo no planeta como foi propagado aos quatro ventos. Mas, que o fato caiu como uma luva para o governo de Obama que mergulhava numa preocupante baixa-popularidade e viu-se de fôlego renovado, ah isso caiu.
Teorias à parte, não paro de pensar em algo interessante desde então: Onde estaríamos nós hoje se os japoneses tivessem decidido que as duas bombas atômicas jogadas pelos americanos em suas cabeças deveriam ser vingadas? Na época, 6 e 9 de agosto de 1945, mais de 140 mil pessoas morreram em Hiroshima e 80 mil em Nagasaki imediatamente e, nunca saberemos quantos vieram a morrer posteriormente em decorrência da exposição à radiação. E pensando bem, razão por razão, não seria justo que eles passassem anos planejando uma vingança teatral? Porém, alguém, em algum momento, viu os japoneses trabalhando para construir uma máquina tão eficiente em destruição que pudesse igualar tal feito americano? Não, simplesmente não. O Japão se reconstruiu, modernizou-se, cresceu e dominou a energia atômica sem nunca imaginar que deveria bombardear a América ou matar seu presidente na época, o Sr. Harry S. Truman. Sorte nossa, não? Pois se assim tivesse sido, provavelmente não estaríamos aqui.
Eu, cá com minha ingenuidade, continuo a crer que a violência sempre nutre o ódio e apenas conseguirá gerar mais violência e, por isso, o único sentimento que me traz a morte de Osama Bin Laden é preocupação. E por isso também, vale à pena terminar o dia de hoje com frases de homens que, apesar de imperfeitos como todos nós, trouxeram para este mundo idéias que devem ser lembradas sempre.
"Jamais, em todo o mundo, o ódio acabou com o ódio; o que acaba com o ódio é o amor." (Buda)
Sonho com o dia em que todos levantar-se-ão e compreenderão que foram feitos para viverem como irmãos. (Nelson Mandela)
A escuridão não pode expulsar a escuridão, apenas a luz pode fazer isso. O ódio não pode expulsar o ódio, só o amor pode fazer isso. (Martin Luther King)
Fico triste quando alguém me ofende, mas, com certeza, eu ficaria mais triste se fosse eu o ofensor... Magoar alguém é terrível!
(Chico Xavier)
(Chico Xavier)
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