Enganei-me, enganei-me como ninguém mais pôde
enganar. Fiz-me cega
a ver aquilo que não há.
A crer em fadas e num Deus que se dedica
a provar que o amor é algo que se pode tocar.
Enganei-me, como durante uma vida inteira esperei
me enganar. Fiz-me surda
a ouvir-te com voz de anjo caído.
E a crer neste anjo, como se ele fosse um Gabriel,
a sussurrar-me que eu tinha uma alma e que
os sentimentos que nela viviam
eram divinos. Verdadeiros.
Enganei-me como nunca alguém um dia poderá
a qualquer um enganar.
Enganei-me. E hoje,
dói-me,
mais do que todo o engano,
a dor de não mais poder me enganar.
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