Há determinadas fases da vida que são difíceis, se não todas,
porque assim que chegamos a elas não estamos lá bem adaptados ao fato. E nos
sentimos desconfortáveis, vez ou outra, como se usássemos uma roupa que
necessita de acertos para cair-nos bem. E fica-nos a sensação de que ainda
somos quem éramos há anos atrás apesar das pessoas esperarem que tenhamos um
comportamento completamente diferente. De repente somos adultos, responsáveis,
e certas bobagens parecem, aos olhos alheios, não fazerem mais parte do nosso “metier”.
E eu penso: como não?
Por estes dias, dias passados com Lucas e seus quase treze
anos, salta-me aos olhos esta luta de todo ser humano neste processo de
adaptar-se a esta nova versão do seu eu. Vê-lo neste meio termo, numa mescla de
criança crescida com adulto que um dia virá a ser, faz-me lembrar de que eu
também ando as voltas com uma fase a meio caminho de um lugar ainda
desconhecido. Ele será um homem em 10 anos e eu terei que assumir que a meia
idade será uma realidade sólida e real. E, apesar destes fatos, sei que ambos,
nós dois, ainda sentiremos que muito de quem fomos ainda estará por cá mesmo
que o espelho mostre que estamos, verdadeiramente, diferentes.
Claro que, em alguns momentos, dá-nos uma vontade louca de
segurar o tempo pelo rabo e puxá-lo para trás. Vontade de termos uma segunda
chance para não deixarmos escapar pelos dedos aqueles que amamos demais,
vontade de ver nossos meninos ainda pequenos a caber no nosso colo e a nos amar
apaixonadamente e sem restrições. Mas não há como voltar atrás. E a verdade é
que, se pensarmos bem, não queremos abrir mão de tudo e todos que hoje fazem
parte de nossa vida para voltar no tempo. Não mesmo. Estamos, então, fadados a
uma saudade quentinha do que já foi, dos que já foram.
Sobra-nos a vontade
curiosa de um futuro que estamos construindo agora. Pois, a vida nunca será
fácil de ser vivida, mas, e sem sombra alguma de dúvida, ela é muito boa,
interessante e divertida; mesmo que, às vezes, ela nos assuste pra valer.
Um beijo a todos que fizeram, fazem e sempre irão fazer parte
da minha vida: meus amigos e minha família.
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