Pela primeira vez atravesso o
Oceano Atlântico rumo à Europa, passando de resvalo pela África. Depois de quase 13 horas de voo, 02
aeroportos e alguns problemas, cá estou sentada no terraço do hotel onde ficarei
apenas por um dia. Amanhã Barcelona e 03 semanas de estudos para um retorno
para valer para Lisboa. Hoje, estou apenas de passagem e quero banho e cama
mais do que tudo.
Pensei muito se faria um diário sobre
a viagem, com fotos e etc. e tal. Achei que isso seria óbvio e chato, algo repetitivo.
Afinal, as cidades visitadas já foram mais que fotografadas por muitas
pessoas que o fazem muito melhor do que eu. Resolvi então escrever algo mais pessoal e,
por tanto, muito mais inútil por sua essência. Pois que a utilidade da escrita
será nenhuma, a não ser a de perceber o quão distraída eu sou.
Bom, comecei esquecendo a máquina
fotográfica em casa, ou seja, terei que comprar uma e, por tanto, as primeiras
imagens ficarão apenas na memória, e no celular. Mas não posso enviá-las porque
há mais de seis meses não sei onde raios foi parar o cabo USB dele.
Viajar sozinho deve ter suas
vantagens, mas eu ainda não percebi nenhuma. A única coisa que percebo é que
quase não falei com ninguém nas últimas 24 horas, e que a língua fica um pouco
incomodada aqui na boca. Claro que conversei com os comissários de bordo, com as
nada simpáticas moças da Alfândega de Madrid, com o simpático taxista que me
trouxe ao hotel e etc. e tal, mas foi isso.
Pelas poucas pessoas com quem falei aqui em Lisboa percebem-se duas coisas a respeito de quem somos nós, os
brasileiros. Primeiro e antes de tudo: somos simpáticos e comunicativos, dados
mesmo. Segundo, e talvez não tão bom assim para eles: Estamos viajando para cá
como nunca. Pois é, o brasileiro, além de simpático, anda espaçoso que só a
ocupar o mundo todo.
Do pouco que vi nestas minhas quase
03 horas de Lisboa me marcaram as seguintes impressões:
O céu daqui é lindo. Lindo de um
azul claro e expressivo devido à sua luminosidade que impressiona até a mim que
estou acostumada com o céu da iluminada Fortaleza. O céu de Lisboa parece uma
pintura feita há muito tempo atrás. Há um quê de eterno nele, de algo imóvel,
constante e duradouro. Talvez o fato dos prédios serem muito mais baixos do que
aqueles que temos no Brasil dê a este céu está imensidão que impressiona.
Lisboa é uma cidade calma neste
sábado onde há poucos carros e pouca gente nas ruas, o que me faz lembrar José
Saramago e seu Ensaio sobre a Cegueira de ruas desertas. Não há como imaginar
esta tranquilidade em São Paulo nem que tirássemos metade das pessoas que lá
estão.
Lisboa ondula pelos morros quando
vista de cima. É uma cidade de relevos variados e divertidos, morros feitos de
casas, prédios baixos e castelos em tons pastel. Há uma delicadeza nesta parte
mais antiga da cidade que parece de brinquedo e me faz compreender de onde veio
a arquitetura das cidades históricas de Minas Gerais.
Ainda não descobri o som de
Lisboa, pois para mim nela ainda impera o silêncio. Vou andar um pouco para ouvi-la
melhor.
Beijo a todos, e já me bate a
saudade de minha terra, que isso de ser estrangeira não é fácil.
Apesar de você achar que cairá no "common sense"....FOTOSSSSSSSS!!! Quem está do lado de cá do oceano quer ver a viagem através dos seus olhos...
ResponderExcluirPequeninos, puxadinhos mas que captam uma delicadeza só sua...portanto: FOTOSSSSSS!!!
Aproveita Maró!!!
Beijos cheios de saudades...
Anitas!! :)