sábado, 22 de setembro de 2012

Um voo solo – Lisboa o início





Pela primeira vez atravesso o Oceano Atlântico rumo à Europa, passando de resvalo pela África.  Depois de quase 13 horas de voo, 02 aeroportos e alguns problemas, cá estou sentada no terraço do hotel onde ficarei apenas por um dia. Amanhã Barcelona e 03 semanas de estudos para um retorno para valer para Lisboa. Hoje, estou apenas de passagem e quero banho e cama mais do que tudo.

Pensei muito se faria um diário sobre a viagem, com fotos e etc. e tal. Achei que isso seria óbvio e chato, algo repetitivo. Afinal, as cidades visitadas já foram mais que fotografadas por muitas pessoas que o fazem muito melhor do que eu.  Resolvi então escrever algo mais pessoal e, por tanto, muito mais inútil por sua essência. Pois que a utilidade da escrita será nenhuma, a não ser a de perceber o quão distraída eu sou.

Bom, comecei esquecendo a máquina fotográfica em casa, ou seja, terei que comprar uma e, por tanto, as primeiras imagens ficarão apenas na memória, e no celular. Mas não posso enviá-las porque há mais de seis meses não sei onde raios foi parar o cabo USB dele.

Viajar sozinho deve ter suas vantagens, mas eu ainda não percebi nenhuma. A única coisa que percebo é que quase não falei com ninguém nas últimas 24 horas, e que a língua fica um pouco incomodada aqui na boca. Claro que conversei com os comissários de bordo, com as nada simpáticas moças da Alfândega de Madrid, com o simpático taxista que me trouxe ao hotel e etc. e tal, mas foi isso.

Pelas poucas pessoas com quem falei aqui em Lisboa percebem-se duas coisas a respeito de quem somos nós, os brasileiros. Primeiro e antes de tudo: somos simpáticos e comunicativos, dados mesmo. Segundo, e talvez não tão bom assim para eles: Estamos viajando para cá como nunca. Pois é, o brasileiro, além de simpático, anda espaçoso que só a ocupar o mundo todo.

Do pouco que vi nestas minhas quase 03 horas de Lisboa me marcaram as seguintes impressões:

O céu daqui é lindo. Lindo de um azul claro e expressivo devido à sua luminosidade que impressiona até a mim que estou acostumada com o céu da iluminada Fortaleza. O céu de Lisboa parece uma pintura feita há muito tempo atrás. Há um quê de eterno nele, de algo imóvel, constante e duradouro. Talvez o fato dos prédios serem muito mais baixos do que aqueles que temos no Brasil dê a este céu está imensidão que impressiona.

Lisboa é uma cidade calma neste sábado onde há poucos carros e pouca gente nas ruas, o que me faz lembrar José Saramago e seu Ensaio sobre a Cegueira de ruas desertas. Não há como imaginar esta tranquilidade em São Paulo nem que tirássemos metade das pessoas que lá estão.

Lisboa ondula pelos morros quando vista de cima. É uma cidade de relevos variados e divertidos, morros feitos de casas, prédios baixos e castelos em tons pastel. Há uma delicadeza nesta parte mais antiga da cidade que parece de brinquedo e me faz compreender de onde veio a arquitetura das cidades históricas de Minas Gerais.

Ainda não descobri o som de Lisboa, pois para mim nela ainda impera o silêncio. Vou andar um pouco para ouvi-la melhor.

Beijo a todos, e já me bate a saudade de minha terra, que isso de ser estrangeira não é fácil.

Um comentário:

  1. Apesar de você achar que cairá no "common sense"....FOTOSSSSSSSS!!! Quem está do lado de cá do oceano quer ver a viagem através dos seus olhos...
    Pequeninos, puxadinhos mas que captam uma delicadeza só sua...portanto: FOTOSSSSSS!!!

    Aproveita Maró!!!
    Beijos cheios de saudades...

    Anitas!! :)

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