Não sei mais onde guardar a tristeza. Não sei.
Ela vaza pelas frestas de gavetas por sua
qualidade líquida e úmida.
Não há como guardá-la em caixas ou sacos,
ela não cabe em armários, pendurada como se fosse um casaco.
Tentei, simplesmente, esquecê-la num canto.
Entretanto, não me esqueço.
Não há como esquecer-se daquilo que não se percebeu
o começo, e que me parece estará aqui, sempre.
Para sempre.
Seu começo e o meu fim, meu começo e o seu fim misturam-se
e não há como perdê-la, como não há como perder-me
de mim mesma.
Ela é minha, pertence-me egoísta e particularmente
como nada antes me pertenceu.
É minha a tristeza.
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