Queria um mundo onde a Aspirina pudesse curar todas as dores
sem importar por que parte do corpo a tal resolvesse
caminhar.
Queria um mundo que pudesse ser retratado fielmente num
mapa,
mas isso não há.
Mapas explicam bairros, mostram-nos cidades, são capazes de
conter neles países inteiros.
Mas não há mapa a me dizer para onde eu vou,
a mostrar-me que caminho é este que trilho de olhos
arregalados.
Assustados.
Queria um mundo de palavras que significassem o que são,
e não haveria aquilo que deveríamos ter dito e que não o
fizemos
porque a língua ficou presa dentro da boca cerrada, pelos
dentes encarcerada.
Queria um mundo onde os homens não se escondessem deles
mesmos
por medo de serem quem eles são por dentro, do avesso.
Eu queria um mundo.
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