domingo, 6 de fevereiro de 2011

Presentes


brisa

Chegas calmo e leve,  

brisa de verão,

a aquecer estas noites de inverno.

meu quente e confortável aconchego

que se transforma em vendaval

e, com toda sua força,

me assola, me consome,

e me devora

antes

de soprar

doce e suave

brisa novamente,

a ir-te para longe

de mim

como antes,

e sempre.


Uma flor para ti

Trouxe uma flor para ti, Maria-sem-Vergonha arrancada do jardim.
Gesto simples. Sei que é sem importância o presente,
E talvez não percebas a beleza da flor tão comum
Que colhi só para ti, para teu dia florir, sorrir.
Mas trouxe a flor que nasce a colorir os caminhos,
 E ali permanece sem que ninguém queira,
Pequena amostra teimosa da natureza.
Hoje só para ti, minha Maria-sem-Vergonha,
Sem vergonha de ser assim sem razão,
E tola a olhar para ti.

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