terça-feira, 31 de dezembro de 2013
domingo, 29 de dezembro de 2013
quinta-feira, 26 de dezembro de 2013
Meu Buda
Diz-se do amor que é cego.
Eu digo que quiçá este veja,
seja à luz do dia ou durante a noite extrema,
aquilo para que os olhos não foram feitos.
Os olhos veem a beleza e os defeitos,
enxergam a covardia e o medo,
percebem, mesmo que não se queira,
a carne a deteriorar com o passar dos anos.
Para os olhos o fim sempre chega.
Contudo o amor...
Ah o amor de tão parvo e cego
não se dá conta de tudo aquilo que os olhos veem,
e para ele o tempo não passa.
E tu não envelheces aos meus olhos como para todos os outros
pares de olhos céticos.
Amo-te, e assim és e sempre serás perfeito
com todos os teus defeitos e
com este teu novo jeito, meu Buda:
arredondado,
sorridente
e cheio de silêncios.
terça-feira, 24 de dezembro de 2013
Mais uma e outra vez...Natal.
Aqueles que eu sigo pela vida, meus pais e amigos. |
Ontem, numa conversa entre
amigos, afirmei categoricamente, e com todas as letras, que as coisas que se
repetem em nossas vidas perdem a graça, a cor e o valor por serem,
definitivamente, algo que temos como certo e garantido. Elas já fazem parte de nossas
vidas e ponto final. Claro é que falamos muita bobagem quando conversamos com
os amigos; principalmente à mesa de um bar. Jogamos as palavras aos ares como
se elas fossem verdades sem muito pensar e, sem querer e nem perceber, dizemos
coisas que, apesar de soarem verdadeiras aos nossos ouvidos naquele instante,
são grandes tolices sem tamanho. Esta foi a minha bobagem de ontem: tudo que se
repete em nossas vidas não tem valor.
Hoje celebraremos o Natal e eu
espero poder repetir todas as coisas que amo tanto fazer. Quero estar com a
família como faço desde sempre. Quero telefonar e mandar mensagens para os amigos,
como faço todos os anos. Quero estar com estes amigos aqui de São Paulo nos
dias que seguem ao Natal antes de voltar para casa, uma tradição que se somou à
minha vida depois que eu me fui para longe. Quero rever as ruas por onde gosto
de passear, ir à Praça Benedito Calixto e passear no Ibirapuera e na Paulista.
Tomar muito café. Quero voltar aos restaurantes que tanto gosto. Quero ficar o
maior tempo possível com meus pais, meu irmão e, agora, meu sobrinho – Nico.
Quero voltar para casa para ver o ano chegar com os meus amigos e a outra parte
da minha família que ganhei durante a vida.
Pois, Natal é uma época onde tudo
o que se quer é refazer, rever e reviver aquilo que nos faz bem e, por isso,
nos alimenta a alma. Pois somente assim, recarregados do que nos alimenta o
corpo e o espírito, ganhamos forças para mais um ano que se achega cheio de
novidades, de projetos e de planos que nos dão mais razões para repetirmos tudo
o que amamos fazer um par de vezes antes dos 365 dias chegarem novamente ao
final. As coisas não perdem o valor por tornarem-se repetitivas, nós as
repetimos porque elas têm um valor inestimável para todos nós.
Por isso, desejo a todos os meus
amigos e família que eles possam, que nós possamos, repetir inúmeras vezes as
conversar, as risadas, os abraços, os beijos e os momentos que nos fazem
sentirmo-nos tão bem. Que venham outras viagens, mais filhos e sobrinhos, os
cabelos brancos e as rugas que nos mostram o tempo durante o qual estamos nos
repetindo com um prazer sem igual. Repetir significa cultivar o que de mais
caro nos reserva a vida, é cuidar para que os que amamos estejam sempre por
perto, mesmo quando há muitos quilômetros entre nós.
Feliz Natal e que ainda venham
muitos mais.
Beijos e beijos...
sábado, 21 de dezembro de 2013
quinta-feira, 19 de dezembro de 2013
Em órbita
Ando, caminho com passos seguros
e a criar sulcos profundos na terra.
Estou em órbita.
Cavalo de carrossel a reinventar-se e repetir-se
completamente consciente de sua poética prisão a céu aberto.
Mariposa prosa presa pela luz que a cega,
e que a faz acreditar em seu frio Sol particular
e na salvação das almas perdidas
partidas
e iludidas
em órbita.
quarta-feira, 18 de dezembro de 2013
terça-feira, 17 de dezembro de 2013
muda
Muda.
Não mudo, mas estou muda
Calada da boca para fora enquanto estapeiam-se as palavras
dentro de mim
Muda
Não mudo, mudam-se na alma as estações com o decorrer dos
dias
O tempo passa, é dezembro (ou julho) e o inverno
aconchega-se aqui
Muda.
Não mudo, apenas parecerei outra, mudada, um ser
completamente renovado...
Bobagem!
Porque apesar de poético, é falso o renascer
Que constitui-se de casca fina, frágil
Pois que as penas, a pele e os ossos queimados não
renascerão
Muda.
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
segunda-feira, 9 de dezembro de 2013
Se
Se o tempo fosse tão relativo que nele
nós pudéssemos voltar
eu nele voltaria apenas para fazer tudo de novo,
e mais uma vez.
Mas, desta vez, com mais intensidade como se, além do tempo,
eu pudesse controlar a força da natureza que em minha
natureza há.
E gritaria mais forte do que gritei,
e desistiria de desistir mais uma e outra vez, ad aeternum,
feito criança mimada, mula empacada, para não deixar o amor
desta vida me escapar;
entre
os
dedos.
E não daria tempo ao tempo
para que o tempo não passasse mais rápido que a minha
possibilidade,
que a minha capacidade, de estar no lugar certo no tempo em
que lá eu deveria estar.
Se...
Se eu não acreditasse no meu desejo,
não haveria necessidade do tempo voltar.
domingo, 8 de dezembro de 2013
Verdade Uma Ilusão
Verdade, Uma Ilusão
Marisa Monte
Eu posso te fazer feliz
Feliz me sentir também
Eu posso te fazer tão bem
Eu sei isso eu faço bem
Roubar-te um beijo no salão
Girar sem perder o chão
Não vou deixar você cair
Cintura leve a minha mão
Verdade - uma ilusão
Vinda do coração
Verdade - seu nome é mentira
Eu posso te fazer ouvir
Milhões de sinos ao redor
Eu posso te fazer canções
O amor soa em minha voz
Eu posso te fazer sorrir
Meus olhos brilham para ti
E os pés já sabem aonde ir
Ninguém precisa decidir
Verdade - uma ilusão
Vinda do coração
quinta-feira, 5 de dezembro de 2013
Nelson Mandela 1918 - 2013
Foram quase 100 anos, e mesmo assim parece que foi pouco tempo para mim. Hoje um dos heróis da minha infância e adolescência, um homem que aprendi a admirar para sempre por seu caráter, deixou-me; deixou-nos. A morte de um herói tão humano quanto ele deixa-nos, a todos nós, órfãos. E, mesmo do outro lado do oceano, parece-me que o Mundo ficou muito mais vazio e sem cor. Contudo, sei que ele é um homem inesquecível, pois, apesar de ter partido hoje, conosco ficam seus ideais e seus exemplos. Então, jamais diremos adeus ao Senhor Mandela, mas apenas: Até Madiba.
quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
A Verdade
A verdade, a respeito das verdades que carregamos pela vida,
É que na verdade a verdade não é dita.
E eu, assim como qualquer outro, na hora da verdade recuei,
Omiti, não disse aquilo que deveria dizer.
Disse meias verdades e as ouvi também,
Disse meias palavras e recebi as tuas palavras medidas e
calculadas fingindo não perceber
Que ali havia apenas palavras que nada queriam dizer.
O que queríamos dizer não foi dito,
O que deveríamos dizer não foi dito,
O que precisávamos dizer não foi dito.
Pois, apesar de toda conversa, a verdade é que nos calamos
para a verdade,
E por zelo ou por medo falamos sem nada ser dito.
Aquele foi um momento estranho. Lembro-me a dizê-lo:
Isso é muito estranho.
Mas a verdade é que verdadeiramente estranho é não termos
dito a verdade
Na única oportunidade que tivemos nesta vida.
Ficaram mudas as palavras... Porque a verdade,
A respeito das verdades mais profundas desta vida,
É que a verdade nunca será dita.
domingo, 1 de dezembro de 2013
As primeiras estórias de Pedro
Pedro, no dia da sua graduação, e Lucas. |
Nesta semana meu Pedro
graduou-se. Assim dito, parece algo feito por um homem, eu sei. Soa como um
passo que definirá uma vida inteira, e já imaginamos um rapaz, alguém quase
feito homem, a abandonar a escola para mergulhar na vida como ela será daquele
instante para frente. Mas não é nada disso, ainda bem. Pedro, agora, já sabe ler
e escrever. Melhor dizendo: Pedro está aprendendo a ler e, com o final da
alfabetização, concluiu com êxito o primeiro e mais importante passo no mundo
das palavras, textos e letras.
Com seus seis anos, o meu afilhado graduou-se
em algo que parece muito menos importante do que qualquer universidade aos
olhos alheios. Entretanto, visto de perto, por aqueles que com ele compartem a
vida, percebe-se a maravilha deste momento único. Um homem pode graduar-se
dezenas de vezes em dezenas de universidades por este Mundo, já um menino
deixar para trás sua primeira infância e ser capaz de ler pela primeira vez...
Bem, isso acontece apenas uma vez. Há um ano Pedro desenhava seu nome, alguns
nomes, o meu nome também. Hoje, Pedro lê e começa a escrever as ideias que lhe
passam pela mente. E isso é muito mais bonito do que qualquer diploma que se
possa dependurar na parede, não?
Ainda lembro-me de quando Lucas
começou a ler e da felicidade que eu sentia quando ele seguia a ler todas as
placas que conseguia, sentado no banco de trás do meu carro, enquanto eu dirigia.
Lembro-me que fomos a uma livraria e que ele escolheu um livro sobre
dinossauros para ler. Sete anos separam meus dois meninos leitores; e eu mudei
muito neste tempo todo. Lucas mudou tremendamente, também, e é hoje um rapaz
que não se podia adivinhar no menino de seis anos de idade de então. Pedro
deixou de ser o bebê que eu carregava e cujas fraldas eu amava trocar e hoje já
não cabe no meu colo e lê. Apesar de eu não gostar nada de envelhecer, agradeço
ao tempo por ter me dado o presente de ver a vida dos meus pequenos a se fazer.
Claro que há muitos outros
acontecimentos importantes já ocorridos na vida dos meus meninos, de todos
eles. E, é claro também que há milhares d’outros momentos tão ou muito mais
importantes que estão por acontecer. Contudo, para mim, que amo as palavras
profundamente e que sempre amei aprender, vê-los ganhar a possibilidade de
descobrir o mundo e tudo que nele já aconteceu, sozinhos e por seus próprios
caminhos, é encantador.
Sei que eles talvez não gostem
tanto da escola como eu, pois que gostar de escola anda algo muito démodé. Pedro gosta muito dos livros, mas, é óbvio que
ele prefere os games, a bola e os carrinhos do que aprender, eu sei bem. Lucas
está de castigo ainda às voltas com os livros porque “ficou de recuperação” na
escola; não puxou à tia neste quesito, fazer o quê? Talvez isso de escola seja
coisa para meninas, talvez.
Porém, isso pouco importa no
final das contas. Porque a beleza da vida reside no fato dela não ser perfeita
e, por isso mesmo, tão maravilhosa. Os nossos meninos aprendem muito conosco e
nós... Bem, nós aprendemos com eles a ser gente grande a vê-los crescer; e isso
é o que importa.
Nós, seis anos atrás. |
domingo, 24 de novembro de 2013
O hino...
Redemption
Song
Bob Marley
Old
pirates, yes, they rob I
Sold I to
the merchant ships
Minutes
after they took I
From the
bottomless pit
But my hand
was made strong
By the hand
of the Almighty
We forward
in this generation
Triumphantly
Won't you
help to sing
These songs
of freedom?
'Cause all
I ever have:
Redemption
songs
Redemption
songs
Emancipate
yourselves from mental slavery
None but
ourselves can free our minds
Have no
fear for atomic energy
'Cause none
of them can stop the time
How long
shall they kill our prophets
While we
stand aside and look?
Some say
it's just a part of it
We've got
to fulfill the Book
Won't you
help to sing
These songs
of freedom?
'Cause all
I ever have
Redemption
songs
Redemption songs
Redemption songs
O cabelo
Caíram como folhas a deixarem seus galhos,
lentos, mas decididos,
a alimentar o chão,
a deixar de ser quem eram e tornarem-se outros.
Foram-se os cachos, foi-se o cabelo que antes tocava
o pescoço,
o ombro.
Cortei o cabelo, curto.
Amostra inocente e feminina de que por dentro
a mudança instalou-se e me transforma,
sinal de que, como o cabelo,
eu, em breve, serei outra
como já o fui outras vezes.
Frida masculina |
sexta-feira, 22 de novembro de 2013
quarta-feira, 20 de novembro de 2013
porque los malos tratos todavía existen...
...Y no debemos cerrar los ojos. Jamás.
Prepárame
La Cena
Calle
13
No soy
un número, ni parte de una cifra,
Aunque
se paga por igual la misma tarifa.
Todos
caminamos con la misma camisa
Sin
prisa, para mirar donde se pisa.
No vale
el tiempo pero valen las memorias
No se
cuentan los segundos, se cuentan historias.
La
paciencia es lo que se cosecha
Mi calendario no tiene fecha
No estoy solo, ando con mis cinco sentidos
Acá el silencio se convierte en sonido
Todo lo malo que soñé, lo toqué
Pero esta tan oscuro que el miedo no se ve
Yo me huelo lo que siento por eso presiento
Que dentro del circuito me queda poco tiempo
En el próximo tren yo me monto
Prepárame la cena que regreso pronto
Prepárame la cena que regreso pronto
Prepárame la cena que regreso pronto
Prepárame la cena que regreso pronto
Prepárame la cena que regreso pronto
Yo miro para afuera y miro para adentro
La reclusión es mi punto de encuentro
Me ubican dentro de lo marginal
Pero en algún momento todos nos portamos mal.
Y quien determina lo bueno y lo malo,
Lo poco saludable y lo sano.
De lo crudo a lo cocido hay una larga diferencia
Y cocinar termino medio no es ninguna ciencia,
En esta vida me castigaste,
Me robaste el tiempo, me recagaste
Mi culpabilidad es como una pecera vacía
Como juzgar al sol por salir de día.
Si mis tristezas te causan alegrías
Es por que tus reglas son distintas a las mías
Creo en todo lo que veo
Y aunque soy ateo, rezo pa' que nunca me pase algo feo
Para soñar con mi partida y con tu llegada
No me hace falta un matre con almohada
Yo soy libre por que desde aquí yo vuelo
Solo toca despegarse del suelo
Prepárame la cena que regreso pronto
Prepárame la cena que regreso pronto
Prepárame la cena que regreso pronto
terça-feira, 19 de novembro de 2013
domingo, 17 de novembro de 2013
La Muerte
Nossa Árvore de Natal |
Ontem montamos a árvore de Natal
aqui em casa que, de maneira a “homenagear” a todos aqui, tem enfeites que
representam cada membro desta família que ganhei durante a vida. Adoro montar
árvores de Natal e gosto muito desta época que desde 2012 voltou a
apresentar-se como um momento muito feliz: uma volta a São Paulo para ficar
junto aos meus, minha família e meus amigos, por um bom tempo. Antes, quando eu
vivia em Sampa, eu gostava muito da Páscoa porque aquela era a época que eu
vinha à Fortaleza para estar com estes daqui que, por méritos, também são meus.
Pois, parece-me que as saudades são condição sine qua non desta minha existência que, por minha própria escolha,
é dividida. Eu queria ser muitas para poder estar em todos os lugares ao mesmo
tempo. Mas, não dá.
Contudo, voltando à minha “bola
de Natal”, aquela que me representa. Bom, devo dizer que gostei demasiado dela,
e que acho mesmo que tem a minha cara: uma caveira mexicana, colorida, bem
humorada e com cara de maluca. Ou seja, tem muito de mim. (risada) Brincadeiras
à parte, na verdade, gosto muito destas representações da morte mexicanas, além
de gostar muito de sua estética, por elas explicarem-me muito de como sinto a
vida. Não tenho medo algum da morte, pelo menos não da minha que pouco me
afetaria no final das contas, e sinto que a vida em seu percurso ensina-nos a
não temê-la.
Durante a vida deixamos de ser
quem já fomos até outro dia inúmeras vezes. Eu não sou mais a menina que fui um
dia, ou a adolescente da época do colégio, nem... Bem, não sou mais nem quem eu
era há 12 meses. E, apesar do desconforto e da dor que a mudança traz num
primeiro momento, não há como negar que é ela, a mudança e a transformação que dela
resulta, que nos faz sentirmo-nos vivos. Que faz a vida ser bela e valer a pena. E, por
esse ponto de vista, a morte nada mais é que uma nova mudança, não?
Claro que sinto muita falta dos
que já morreram. Só eu sei quanta saudade sinto dos meus avós e de outros que
eu, por mais que queira, não posso rever. E é claro também que não queria
jamais ter que sentir a morte dos que amo, nunca. Muito ao revés do que brinca
meu pai, a cada dia que passa, eu percebo menos reconfortante a resposta à
notícia da morte de alguém – “Antes ele do que eu.”. E, por isso mesmo, gosto
muito do que representam as caveiras mexicanas.
De acordo com as crenças astecas,
maias e de outros povos que cá estavam antes de nós e que constituem, (para
minha grande felicidade), muito de quem somos - latino-americanos, a morte nada
mais é do que uma passagem, uma transição. Por isso mesmo, sua festa mais
alegre é o dia dos mortos. Porque nesse dia, no qual lembramos os que já
morreram, “recebemos a visita” daqueles que ainda amamos e que, por enquanto,
estão longe de nós. Mas é fato: um dia nos encontraremos outra vez, e disso,
não há cristão ou pagão que duvide. Há? Então, um dia, estas saudades também
morrerão.
Portanto, entre os maias e Albert
Einstein que dizia crer na existência de Deus quanto mais compreendia o
Universo cientificamente, sinto-me confortavelmente esperando pelas próximas
mudanças e pelas transformações que com elas chegarão. Que venha o próximo ano!
Um beijo e boa semana.
"I, at any rate, am convinced that He
(God) does not throw dice."
Albert Einstein
sexta-feira, 15 de novembro de 2013
De repente
De repente o oceano é a distância real de todas as coisas,
tão distantes e quietas que aos poucos vão deixando de
existir;
mínguam.
Caladas e borradas, as lembranças amarelam-se e
esvaem-se líquidas pelas mãos por mais que eu tente
retê-las.
Queria poder retê-las. Queria poder reter o tempo
e abraçar apertado todos os bons sentimentos que durante anos
fizeram-nos felizes para que, assim, eles jamais pudessem
desaparecer.
Mas, de repente, não mais do que de repente,
a única coisa que existe, de todas as coisas que um dia nos
pertenceram,
é o fato de haver
o Atlântico,
calado,
oceânico
e pensativo,
a dividir dois mundos que jamais estarão unidos,
juntos.
calado,
oceânico
e pensativo,
a dividir dois mundos que jamais estarão unidos,
juntos.
terça-feira, 12 de novembro de 2013
domingo, 10 de novembro de 2013
Fernando Pessoa (mais uma vez)
Fernando Pessoa é uma de minhas
paixões, uma daquelas que começaram na adolescência e que não têm tempo para
terminar. Uma admiração que, como o objeto desta, multiplica-se com os anos e
amplia-se, e que muito ao revés deste cavalheiro, não é nada única ou
particular. O Mundo admira a este poeta desde muito antes de eu respirar pela
primeira vez e, com certeza, assim o será muito depois d’eu cerrar os olhos pela
última. Isso, porque Pessoa foi um gênio tal como o foram Mozart, Gaudí, Michelangelo
e Einstein, por exemplo. Ele foi, e o é, inacreditável.
Eu, por minha vez, admiro-o tanto
que já dei por falar sobre este Senhor ou citá-lo inúmeras vezes. E, isso não
quer dizer que eu saiba e entenda muito sobre este homem, não. Quer dizer que
ele me é um enigma, que me encanta todas as vezes que o leio e releio como
hoje; e que muito de todo este encantamento advém do fato dele parecer-me algo
difícil de entender ou explicar. Eu não quero entendê-lo, não tenho tal pretensão. Quero,
apenas, senti-lo. Sentir alguém que, para mim, se assemelha às Cordilheiras dos
Andes pelo tamanho de sua obra, e que me faz pensar, “Meu Deus, como isso é
possível? Que engenho mágico é este homem pelo Senhor feito?”.
Por mais que eu o leia e releia,
não consigo atinar como um único homem foi capaz desta imensidão que é a obra
de Pessoa, não só por seu volume e diversidade, mas também por seu teor e pela
força que as palavras escritas por ele têm, até hoje. Envergonho-me dos meus
rabiscos, mas conformo-me quando lembro que a intenção destes é apenas terapêutica,
nada mais. Escrever impede-me de enlouquecer. Por outro lado, sinto orgulho de
ter como minha a língua de Fernando Pessoa, e creio piamente que todos os
portugueses deste mundo deveriam sentir-se grandiosos por compartilharem com
ele não apenas as palavras, mas também as ruas, os cafés, o falar metálico e
melancólico, a visão do Tejo... Enfim, por serem eles uma parte do maior poeta
desde sempre.
Sem regras, conceitos ou teorias
para explicá-lo, gosto de ter Fernando em minhas mãos apenas pelo prazer de
tê-lo. Apenas para sentir o quão gigantesco foi aquele homem de talhe tão pequeno
e de alma oceânica. Ao ler Pessoa, tenho a sensação que as palavras fluem nele
como se dele elas nascessem. Como se antes de ser constituído de ossos e
carnes, este homem português tivesse sido feito de palavras e letras. Fernando
Pessoa nasceu homem, mas foi durante toda a sua vida um poema. Por isso, digo e
repito: Eu adoro ler o Fernando Pessoa.
Hay poca educación, hay muchos cartuchos. Cuando se lee poco, se dipara mucho
La Bala
Calle
13
El
martillo impacta la aguja
La
explosión de la pólvora con fuerza empuja
Movimiento
de rotación y traslación
Sale la
bala arrojada fuera del cañón
Con un
objetivo directo
La bala
pasea segura y firme durante su trayecto
Hiriendo
de muerte al viento, más rápida que el tiempo
Defendiendo
cualquier argumento
No le
importa si su destino es violento
Va
tranquila, la bala, no tiene sentimientos
Como un
secreto que no quieres escuchar
La bala
va diciéndolo todo sin hablar
Sin levantar
sospecha, asegura su matanza
Por eso
tiene llena de plomo su panza
Para
llegar a su presa no necesita ojos
Y más
cuando el camino se lo traza un infrarojo
La bala
nunca se da por vencida
Si no
mata hoy, por lo menos deja una herida
Luego
de su salida no habrá detenida
Obedece
a su patrón una sola vez en su vida
Hay
poco dinero, pero hay muchas balas
Hay
poca comida, pero hay muchas balas
Hay
poco gente buena, por eso hay muchas balas
Cuidao'
que ahí viene una (Pla! Pla! Pla! Pla!)
Hay
poco dinero, pero hay muchas balas
Hay
poca comida, pero hay muchas balas
Hay
poco gente buena, por eso hay muchas balas
Cuidao'
que ahí viene una (Pla! Pla! Pla! Pla!)
Se
escucha un disparo, agarra confianza
El
sonido la persigue, pero no la alcanza
La bala
sacas sus colmillos de acero
Y sin
pedir permiso, entra por el cuero
Muerde
los tejidos con rabia y arranca,
El
pecho a las arterias para causar hemorragia
Vuela
la sangre batida de fresa
Salsa
boloñesa, syrup de frambuesa
Una
cascada de arte contemporaneo
Color
rojo vivo, sale por el cráneo
Hay
poco dinero, pero hay muchas balas
Hay
poca comida, pero hay muchas balas
Hay
poco gente buena, por eso hay muchas balas
Cuidao'
que ahí viene una (Pla! Pla! Pla! Pla!)
Hay
poco dinero, pero hay muchas balas
Hay
poca comida, pero hay muchas balas
Hay
poco gente buena, por eso hay muchas balas
Cuidao'
que ahí viene una (Pla! Pla! Pla! Pla!)
Seria
inaccesible el que alguien te mate
Si cada
bala costara lo que cuesta un yate
Tendrías
que ahorrar todo tu salario
Para
ser un mercenarío, habría que ser millonario
Perto
no es así, se mata por montones
Las
balas son igual de baratas que los condones
Hay
poca educación, hay muchos cartuchos
Cuando
se lee poco, se dipara mucho
Hay
quienes asesinan y no dan la cara
El rico
da la orden y el pobre la dispara
No se
necesitan balas para probar un punto
Es
lógico, no se puede hablar con un difunto
El
diálogo destruye cualquier situación macabra
Antes
de usar balas, diparo con palabras
Pla!
Pla! Pla! pla!
Hay
poco dinero, pero hay muchas balas
Hay
poca comida, pero hay muchas balas
Hay
poco gente buena, por eso hay muchas balas
Cuidao'
que ahí viene una (Pla! Pla! Pla! Pla!)
Hay
poco dinero, pero hay muchas balas
Hay
poca comida, pero hay muchas balas
Hay
poco gente buena, por eso hay muchas balas
Cuidao'
que ahí viene una (Pla! Pla! Pla! Pla!)
quinta-feira, 7 de novembro de 2013
O Bom Som do Mau
Som do Mau e seus amigos, ou melhor, Maurício Gerace e Trio. Menino que eu gosto desde a época em que ele ainda andava agarrado aos pais, e que depois de grande anda a fazer um som lindo de se ouvir.
terça-feira, 5 de novembro de 2013
A dor
A dor que é minha,
a mim pertence e a mais ninguém. Ela é minha.
Por mim foi gerada e alimentada.
Velei seu sono em minhas noites mal dormidas,
acalentei-a
por reconhecer nela a minha cria.
É minha toda a paixão e a loucura que só a mim pertencem,
tal como esta dor,
tal como o mal que elas causam, egoisticamente,
apenas a mim.
Como todos os vícios que nos alimentam,
a dor
achegasse como quem nada pretende,
apresenta-se, e se estabelece.
Esta dor que é minha apenas a mim pertence,
fiel a reservar-me seu veneno,
delicadamente.
Meus cigarros fumados na solidão das esquinas
que, paulatinamente,
apodrecem-me por dentro.
domingo, 3 de novembro de 2013
From the botton of my heart...
Golden Slumbers & Carry That Weight
The Beatles
Once there
was a way, to get back homeward,
Once there
was a way, to get back home
Sleep
pretty darling do not cry, and I will sing a lullaby
Golden
slumbers fill your eyes, smiles awake you when you rise
Sleep
pretty darling do not cry, and I will sing a lullaby
Once there
was a way, to get back homeward,
Once there
was a way, to get back home
Sleep
pretty darling do not cry, and I will sing a lullaby
Boy you're
gonna carry that weight, carry that weight for a long time
Boy you're
gonna carry that weight, carry that weight for a long time
I never
give you my pillow, I only send you my invitations
And in the
middle of the celebrations, I break down
Boy you're
gonna carry that weight, carry that weight for a long time
Boy you're
gonna carry that weight, carry that weight for a long time
Oh yeah,
all right, are you gonna be in my dreams tonight?
Love you,
love you, love you, love you, love you, love you, love you,
Love you,
love you, love you, love you, love you, love you, love you,
Love you,
love you, love you, love you, love you, love you, love you,
Love you,
love you, love you
And in the
end, the love you take, is equal to the love, you make, Ah
sábado, 2 de novembro de 2013
As borboletas
Não importa o que eu esteja fazendo no momento,
paro sempre, naquele momento, que me passa pela frente
ou de soslaio
uma borboleta.
Invejo-a, a voar feito bailarina
dando pequenos saltos em
pleno ar
com suas asas magnificas e frágeis.
Feito inseto enamorado pela luz, paro,
mudo meu rumo e a sigo em busca de algo que não sei bem;
o desconhecido. Aquilo que tanto almejo.
Mas a borboleta nem chega a notar-me, e vai-se.
Duvido muito que borboletas tenham desejado,
sequer por um micro segundo que seja na vida, ser gente.
Não creio.
Não creio.
As borboletas, assim como os pássaros,
as flores, o vento e tantas outras coisas,
sabem muito bem a razão de seu viver
e não perdem tempo com
estas besteiras
de gente.
Invejo as felizes borboletas.
quinta-feira, 31 de outubro de 2013
O presente
Queria um mundo onde a Aspirina pudesse curar todas as dores
sem importar por que parte do corpo a tal resolvesse
caminhar.
Queria um mundo que pudesse ser retratado fielmente num
mapa,
mas isso não há.
Mapas explicam bairros, mostram-nos cidades, são capazes de
conter neles países inteiros.
Mas não há mapa a me dizer para onde eu vou,
a mostrar-me que caminho é este que trilho de olhos
arregalados.
Assustados.
Queria um mundo de palavras que significassem o que são,
e não haveria aquilo que deveríamos ter dito e que não o
fizemos
porque a língua ficou presa dentro da boca cerrada, pelos
dentes encarcerada.
Queria um mundo onde os homens não se escondessem deles
mesmos
por medo de serem quem eles são por dentro, do avesso.
Eu queria um mundo.
terça-feira, 29 de outubro de 2013
Olhos
Por que existem estes olhos que não sabem ver?
Que mesmo abertos e tão certos de si
enganam-se turvados pelos sentimentos,
pelos pensamentos,
e não veem o mundo como ele deve ser;
como ele é.
Para que me servem estes olhos que servem
apenas para ver o que imagina a alma ?
o desejo
o abraço
o beijo
o laço
Abertos ou fechados eles se enganam, me enganam,
e sonham noite e dia com a beleza que deveria haver na vida...
com a tua chegada,
com a distância sendo vencida com uma passada,
com o sorriso que, assustado, se escondeu.
com a distância sendo vencida com uma passada,
com o sorriso que, assustado, se escondeu.
Com dias sem lágrimas.
domingo, 27 de outubro de 2013
sexta-feira, 25 de outubro de 2013
Silêncio
De tanto que era, de repente,
o todo tornou-se
pouco.
Transbordou...
...Secou.
Depois do estar cheio, ficou o nada cá dentro.
E do repleto fez-se o vazio completo,
quando depois de tanto gritar,
sem aviso, ficou mudo.
Acabou.
terça-feira, 22 de outubro de 2013
segunda-feira, 21 de outubro de 2013
Bem-Me-Leve
A vida sem música é inconcebível. E há canções que mais que nos acalentarem, nos traduzem e nos tornam parte de um mundo sonoro e amplo. Assim, não nos sentimos tão sozinhos, e nada originais. Que bom!
Bem-me-leve
Apanhador Só
eu pensava ter uma bicicleta
e pedalar até a tua rua
dizer que ainda sou tua
eu queria ser um avião bem leve
pra sobrevoar o teu terraço
e tapar teu sol
fazer tu perceber
que sem eu aí não tem
ninguém pra te aquecer
perfume atrás da orelha
vestido bem vestido
um sorriso no rosto
um punhado de amigos
que é pra,
se acaso eu te encontrar um dia,
tu ver como eu ainda tô bonita
ou mais
ainda mais ainda
ou mais
sábado, 19 de outubro de 2013
Vinicius de Moraes, 100 anos de um homem eterno
Vai, minha tristeza, e diz a ela
Que sem ela não pode ser
Diz-lhe, numa prece, que ela regresse
Porque eu não posso mais sofrer
Chega de saudade, a realidade é que sem ela
Não há paz, não há beleza
É só tristeza e a melancolia
Que não sai de mim, não sai de mim, não sai
Mas, se ela voltar, se ela voltar
Que coisa linda, que coisa louca
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos que eu darei na sua boca
Dentro dos meus braços
Os abraços hão de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim
Que é pra acabar com esse negócio de viver longe de mim
Não quero mais esse negócio de você viver assim
Vamos deixar desse negócio de você viver sem mim
Assinar:
Postagens (Atom)