Tem nome a melancolia
meu personagem favorito nesta vida
que anda por seus caminhos independente, feito homem,
sem respeito nem consideração pelo meu querer,
pelo meu saber.
Ganhou cor e cheiro para que mais real e presente se fizesse
noite e dia. E ri-se de mim com sua gargalhada cheia
e ruidosa. Pecaminosa.
E ri-se porque se sabe dona e senhora de mim,
e ri-se alto enquanto rasga-me as entranhas e descem-me pela
face
silenciosas e gordas lágrimas flácidas;
inúteis e perdidas.
Estripa-me.
Tem nome a minha melancolia, personagem
desenhado à quatro mãos em preto e branco,
imaginado
e realizado por mim e pelo meu Chaplin,
Carlitos,
meu Litos.
Tem nome, a minha melancolia,
de homem.
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