A vagar, sem ocupação certa de tempo e espaço,
sem direção e razão, 
caminho. 
Ando.
Arrasto-me.
Como vaga oceânica, movo-me. 
Melhor,
movem-me as forças das águas sentidas,
dos suspirados ventos e
das marés de pensamentos que sabem-se inúteis e que em canto
algum desaguarão.
Tudo em mim é espaço, uma amplidão nua e pacífica
que cega os olhos com sua brancura insípida
e enoja a razão com sua falta de motivos, desejos e intenções.
A vagar passo por estes vagos caminhos 
de uma vida vil,
pouca, 
pequena,
como uma sombra de alguém que nunca chegou a lugar algum,
que não chegou, sequer e simplesmente, 
a ser.

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