terça-feira, 28 de maio de 2019

Presentes



Presentes

Ganho presentes do meu amigo volta e outra:
música
filme
palavras
poesia...
A distância que se pôs entre nós não nos separa,
o carinho persiste teimoso feito eu e
gentil feito ele.
Ele hoje é estranjeiro a viver na sede do Império Tuga
tão além mar daqui;
e eu por cá, na colônia, sinto saudades.
Mas escuta meu amigo, ganhar poesia de presente
nunca será esquecido
porque há nisso um valor imensurável para a alma
e, por isso, quase gosto da distância oceânica.

de ti me aproximo.

A alma que é minha, sem esperar e num
repente,
chorou de saudade
chorou de alegria.
O tempo e o oceano não importam para a beleza
desse instante tão pequenino
e tão distinto...
Conhecer a poesia de Matilde Campilho
através de ti, meu amigo,
foi quentinho
como os nossos abraços;
e, agora, você está aqui.

Te quero bem, sempre e para sempre.


Para o meu menino, tão querido, Israel.
Prometo que vou te ver além mar.
Love you

sábado, 25 de maio de 2019

Intimidade




Intimidade
Liniker e os Caramelows

Vem me visitar de madrugada
Coloca tua mão em mim que eu deixo
Sem pressa você chega e fica
Eu finco afeto nesse peito
Três dias sendo leito
Mamando no peito desse calor que é bom

Sei que eu tenho o dom de dar mergulho com o olhar
Pega e dirige para a casa no dia, também
Que o nosso carinho não dói em ninguém
Sou tua amiga, amante, serpente, meu doce bem

Soma, mas não some, fica e a gente dorme
Incenso a casa com alecrim
Cê segue a vida e eu sigo assim
Na estrada, no trem, de Berlim à Belém
O que é que é tirar um tempinho pra ficar mais perto de mim?

sexta-feira, 24 de maio de 2019

Torcida é para time de futebol, do governo deveríamos esperar competência, não?





Torcida é para time de futebol, do governo deveríamos esperar competência, não?

Por estes dias, depois da constatação, clara para alguns (e uma falácia para outros), de que o tal “mito” que nos governa, o “ungido por Deus”, não passa de um senhor de raciocínio limitado com parco conhecimento que não sabe o que fazer com a tal presidência, ando a ouvir que o problema do Brasil reside na imoral torcida contra a melhoria do país. Resumindo a ladainha: o governo do Seu Jair anda muito mal das pernas porque eu e um meia dúzia de outros infelizes andamos a torcer pela desgraceira da nação.

Pois, para mim, isso de torcer é coisa reservada para o time do coração. Eu, pelo meu lado, torço pelo Corinthians e ponto final. O resto é resto. Afinal, torcida é paixão; é um querer fora de qualquer razão e uma crença que, como deve ser toda forma de crer, não carece de objetiva comprovação da efetividade e da competência do alvo da paixão. Pelo meu time torço sempre crendo, faça chuva ou faça sol, na possibilidade da vitória sem qualquer razão.

Para as questões mais sérias como o meu trabalho, ou a maneira como o meu país é governado, isso de torcida e de crença de figa no bolso, de velas acesas na mão, não existem para mim. Acredito no trabalho sério e focado, no conhecimento e na competência; acredito no trabalho feito com carinho e na razão. Sendo assim, não aceito de forma alguma a pecha de atraso-da- nação.  A minha falta de apoio ao Santarrão que habita o Palácio do Planalto é, infelizmente, inócua.

E que fique claro, aos crentes de carteirinha na mão e recalque num mundo arcaico, de que minha crítica e oposição ao atual governo não estão ligadas a qualquer querência minha a outro partido ou político de estimação. Não estimo a nenhum deles e não rogo Lula livre de forma e maneira alguma. Não quero Lula livre. Quero mais é ver todos os outros políticos, empresários e eteceteras e tais corruptos desse Brasil atrás das grades de uma prisão.

Minha oposição, que fique claro também, se dá por princípios; por valores que são e sempre me foram caros, desde que por gente me entendo. O país que desenha o Seu Jair e sua alcateia de casaco de cordeiro não é o país que quero para mim. Não quero um país de muitas armas e de pouca educação, não quero o pais de religião a imiscuir-se tanto com o que deveria pertencer a razão. Não quero o país que não compreende e respeita o valor da diversidade e, não quero o país que prega que a  preservação da natureza não passa de um atraso para a sociedade brasileira.

Seu Jair não foi eleito por mim, tal qual a Dona Dilma também não. Não elegi o Lula do segundo mandato, e isso quer dizer que há um bocado de tempo sou um zero à esquerda nas questões da governança da minha nação.  Eu não faço valer a minha opinião que é a mesma a uma pancada de tempo. Na minha opinião, plagiando o Roger, então... “A gente não sabermos escolher presidente.  A gente não sabemos tomar conta da gente... Tem gringo pensando que nóis é indigente.”

domingo, 19 de maio de 2019

(a)temporal




(a)temporal

há coisas que não mudam com o tempo
como se a este mundo perecível não pertencessem
Meus cabelos estão brancos, quase completamente,
escondidos sob a tinta feita à moda das boticas: com direto à receita
precisa
Assim tento, sem qualquer sucesso, esconder o tempo que por mim
passa veloz
intenso
aguçado
a fazer tantos e múltiplos estragos
Não sou mais a mesma. Você também não o é.
Porém, ainda para-me o coração
(como quando pela primeira vez do peito ele saiu)
toda santa vez que os teus olhos verdes, tímidos e
cativos,
passam a olhar de soslaio
para mim.

The Tree

domingo, 12 de maio de 2019

dos Anjos



poemas de Augusto dos Anjos

Psicologia de um vencido

Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênesis da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.

Profundíssimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância…
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme — este operário das ruínas —
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há-de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!



Vítima do dualismo

Ser miserável dentre os miseráveis
— Carrego em minhas células sombrias
Antagonismos irreconciliáveis
E as mais opostas idiossincrasias!

Muito mais cedo do que o imagináveis
Eis-vos, minha alma, enfim, dada às bravias
Cóleras dos dualismos implacáveis
E à gula negra das antinomias!

Psique biforme, o Céu e o Inferno absorvo…
Criação a um tempo escura e cor-de-rosa,
Feita dos mais variáveis elementos,

Ceva-se em minha carne, como um corvo,
A simultaneidade ultra monstruosa
De todos os contrastes famulentos!

sexta-feira, 10 de maio de 2019

Eminência Parda

Minhocas Melancólicas




Minhocas Melancólicas

Dizem das saudades que elas, com o passar do tempo, vão esmaecendo. Que elas ficam pálidas com o passar dos dias ao perderem o vigor que toda novidade, seja ela boa ou má, tem. Pois, para mim me parece que as saudades, que andam comigo de braços dados, têm lá sua dieta própria e do tempo se alimentam. Minhas saudades, com o passar dos dias, meses e anos engordaram, e engordam, a olhos vistos. E hoje, as valentes, estão grandes e saudáveis feito um touro (como diziam as avós).

Dentre todas as saudades, aquelas que nasceram com a partida da minha mãe têm se mostrado ímpares. Pois, saudades de mãe é coisa estranha já que mãe e pai, filhos e irmãos, são uma parte vital de quem somos nós e nunca, jamais, o deixarão de ser. E o amor que temos por eles, sendo assim, não diminui um milímetro sequer com o passar dos anos. Au contraire, diria o filósofo. Bem alimentadas pela distância que o tempo impõe, as saudades com o requinte de Chronos tornam-se reais. Um peso físico, instalado no peito, que dá um nó cego na goela. Nó impossível de se desfazer com as mãos.

Hoje, dia das mães chegando, e o tal nó aperta. Saudades impossíveis de ti, Mima; minha mãe. Saudades porque eu sinto, e sei, que aquilo que chamávamos de família perdeu-se um pouco sem ti por aqui. E eu perdi meu ninho. Semana difícil de minhocas melancólicas na cachola para mim e muita vontade de poder caber, feito criança, no meio do abraço de minha mãe mais uma vez.

Te amo Mima hoje tanto quanto sempre. Feliz dia seu!


quarta-feira, 1 de maio de 2019

Adentro




Adentro

Calle 13

Se que mis rimas aveces causan disgustos
Cuando mis neuronas corren
Hasta yo mismo me asusto
Mis respuestas pueden ser tan agresivas
Que hasta las letras me huyen
Porque tienen miedo de que las escriba
No tengo rifles pa matarte
Solo basta con la pista
Convierto letras en ideas como un ilucionista
En una linea te mato te fracturo
Te lesiono y en en la siguiente te resucito
Cuando te menciono
Eso es parte de mi arte
Que todo el mundo sepa
Que estas rimas son pa ti sin tener que mencionarte
Y no lo hago para evitar el rose
Lo hago para no hacerte famoso
En los paises donde nadie te conoce
Despues de ver como se mueven
Las guerras y las guerrillas
Tu crees que le voy a tener miedo a tu pandilla?
Dispara cuando quieras raperito maleantoso
Aqui no gana el mas maleante
Gana el mas ingenioso
En tu cabesa tu eres un narco, buscado por la policia
Y tus pistolas son como los unicornios, de fantasía
No hay problema en que tengas enemigos imaginarios
Pero si en que los chamaquitos crean que eres un sicario
Tu no has vivido 3 carajos de dificultad en tu vida
A ti no te falto la escuela, no te falto comida
Si la gente del congo hubiera tenido tus oportunidades
Estarían graduados de las mejores universidades
Si te llevo de excurcion pa' la central africana
Luego de ver la guerra sales cantando líricas cristianas
Allá tu ropita de rapero, tu gorrita de beisbol
Y tu cadenita de maleante se derriten con el sol
O te llevo para Siria pa que sientas los bombazos
Y veas como dejaron a los chamaquitos sin brazos
Que vas a hacer cuando a tu hijo lo pillen en la disco
Y sin delicadeza con una AK le exploten la cabeza
O que le borren la cara a tu hermano de forma violenta
O que limpien a tu mai con la corta y la cuarenta
Tu eres bruto cabrón rapeando sobre como bolar sesos
En un país donde te matan por robarte un peso
No soy un santo rapeando, mucho menos caballero
En algún momento rimando ahorque a diez marineros
Pero en ese caso es diferente incitar al desorden
Porque cuando la tiranía, es ley la revolución es orden

Adentro, Adentro
Bien adentro te la deje adentro

Quieres tirar? Aca te dejo un par de acertijos
Le tengo miedo a las cucarachas y a los lagartijos
No me suenan hace años en la fucking radio en Puerto rico
He sacado ya cinco discos y todavía no soy rico
Unos me llaman comunista demagogo cien por cien
La ultra derecha me odia, la ultra izquierda también
Mi desempeño sexualmente esta por el suelo
Después de burlarme de los calvos, me estoy quedando sin pelo
Le dije hijoeputa al gobernador y aunque se lo merecía
En mi interior me arrepentí y no lo dije hasta hoy día
Antes de entender las desigualdades de las personas
Me compre un maserati usado que ahora no funciona
Tengo jodido el crédito no me venden ni un café
Por eso pa pagar otra mensualidad prefiero andar a pie
Soy como los boxeadores manejo mal el dinero
Invierto todo en mi carrera porque el arte va primero
Soy el mas lento de mi familia no soy brillante lucho por la educación
Y nunca fui buen estudiante les tengo fobia a los aviones
Me gusta la politica aunque diga que no me importan
Me duelen las criticas
A mi mejor amigo lo mataron en un cuartel
Tengo mucho que escribir y poco papel
Mi honestidad es color transparente
Me puedes ver por dentro con solo mirarme de frente
Puedes tratar de tirarme y hacer el intento
Aunque pa' seguir siendo honesto yo soy el mejor en esto

Adentro, Adentro
Bien adentro te la deje adentro

Compositores: Rene Perez