domingo, 31 de março de 2013

Acontece






Acontece
Cartola

Esquece o nosso amor, vê se esquece.
Porque tudo no mundo acontece
E acontece que eu já não sei mais amar.
Vai chorar, vai sofrer, e você não merece,
Mas isso acontece.
Acontece que o meu coração ficou frio
E o nosso ninho de amor está vazio.
Se eu ainda pudesse fingir que te amo,
Ah, se eu pudesse
Mas não quero, não devo fazê-lo,
Isso não acontece.
Cartola,  Ney Matogrosso e uma paixão eterna. 

quarta-feira, 27 de março de 2013

Um tanto quanto blue...



 


Carlos disse-me, indiretamente como apenas ele o sabe fazer, que meu problema é que procuro nesta vida alguém que me salve de mim mesma. E que isso... Bem, isso eu jamais encontrarei. Talvez ele esteja certo, talvez não. Mas a verdade é que mais do que deveria ser, por vezes, algumas vezes, dói-me demais a vida. E nestes momentos sinto-me muito pequena num mundo que me parece à imensidão. Momentos nos quais a tristeza parece ter a dimensão dos oceanos de tão verdadeira e presente; e ela fica tão forte e real que parece mesmo que, a qualquer instante, será capaz de engolir a alma que em mim habita. E devo confessar que, apesar de ter uma vida muito boa e feliz, o fato é que a tristeza mora aqui, sempre.

Pergunto-me se este será um fato que vem com os anos, e não sei dizê-lo.  Sei que o vejo em algumas pessoas em momentos de confissão, quando baixa-se a guarda momentaneamente e mostra-se a alma sem disfarces ou ilusões. Não creio que a tal tristeza viva em todos, claro que não; pois há os fortes por natureza, aqueles que não sentem para além da medida certa do sentir seguro e reticente. Grande sorte têm eles.  E acho mesmo que esta tristeza deve ser um tipo de aleijo d’alma, uma sensibilidade um tanto tola e sem sentido que aflige àqueles que, seja lá porque cargas d’água for, sentem a vida mais profundamente.  

Contudo, de uma coisa sei com toda a certeza. Sei que muitos de nós escondemos a tal tristeza muito mais amiúde do que pode parecer e, por isso, resolvi falar sobre ela aqui. Não para achar uma solução, que isso eu creio não existir. Mas apenas para dividir esta aflição que não é apenas minha, e assim, solidarizar-me com a tristeza que há em todo canto. Para que deste jeito, juntos, sejamos capazes de aceitar mais calmamente este defeito e aprender a conviver com ele seja lá como for: com remédios, exercícios físicos, alguma loucura, acupuntura ou meditação.

Agora, sei de algo que apesar de não curar tal deficiência d’alma ajuda muito e é porreira que só: a família (seja ela a biológica ou não) e os amigos verdadeiros que ganhamos durante toda a vida. Não há amuo, calundu, tristeza grande ou passageira, zanga ou manha e acabrunhamento que não melhore muito na companhia de quem se quer bem. E para a alegria de todos nós, (apesar de acharmos, às vezes, que queremos bem a uma pessoa só e que isso nos chega), há sempre uma boa porção de gente as quais amamos e que nos amam igualmente.

Por isso, aproveitando que a Páscoa está quase por cá, queria agradecer muito a todos vocês que são o doce que há nesta vida: minha família e meus amigos. Obrigada por terem me salvado de mim mesma tantas e tantas vezes, por toda a paciência, pelo carinho, pela companhia, pelos conselhos e pelas risadas que vocês trazem para a minha vida. Nada do que faço valeria qualquer coisa se não os tivesse comigo sempre; mesmo quando a distância parece nos separar. Amo-os eternamente.

Um beijo a todos os meus amigos e a minha família.

E um beijo melado àqueles que são a minha mais profunda alegria e paixão particular: Fábio Antônio, Lucas, Gigi, Pedro, Diego, Bianca, Victor e Nicolas - os meus meninos. 



segunda-feira, 25 de março de 2013

O amor...

Odila Jorge Paroli

Jesus Paroli
A vida é feita de muitas paixões, e a paixão destes dois fez a minha vida. Amor forte e verdadeiro, feito pra durar todo o tempo e que neste ano fará 50 anos. 


domingo, 24 de março de 2013

E VIVA A MÚSICA!




O grande Beethoven

La Orquestra Simfònica del Vallès y los coros Lieder y Amics de l'Òpera y la Coral Belles Arts.

Ensaios para o futuro



Ensaios para o futuro:
piruetas
e muita agitação
quedas várias e dores terríveis nos pés...

Mas, no final de todas as contas,
de ter estado tão tonta
e de toda dor e esforço,
tudo terá valido a pena
se
tivermos a mais bela e simples certeza
de que foi feita nesta vida
alguma beleza

sexta-feira, 15 de março de 2013

Amores Perros



Amores Perros

Suficientes son los problemas de un solo día
como para preocuparse por el futuro
-¿Cual?-
Olvidamos que para poder llegar al otro lado
-Al otro lado-

Hay que empezar derribando el primero de los muros
Nos pasamos la vida
viendo triunfos y fracasos
conseguidos en tiempo pretérito
Cuantas veces se ha detenido el sol
a mediodía?
-¿Cuantas?-
Porque ya no quiere vivir mas atardeceres
-¿Cuantas?-
-¿Cuantas veces?-
Porque ya no quiere vivir mas amaneceres

-El negro deja de ser negro sin el blanco-
-El bueno deja de ser bueno sin el malo-

Continua repetitiva que constantemente termina
Vuelve a empezar de nuevo da fruto a la semilla
Porque envejeces?, porque tu piel se va arrugando
el paso del tiempo una broma te esta jugando

Sabes que la codicia puede dejarte en la ruina
Quieres solucionarlo?
Borrarlo de tu vida
-De perros amores-
Borrarlo de tu vida
-De perros amores-
Borrarlo de tu vida

-Si alguna vez-
-si alguna vez-
-si alguna vez-
-si alguna vez-

Amanece el alma
atardece en ti

Amanece el alma
atardece en ti

-Acción es en real voluntad-
-sensación la velocidad-

-fe e ilusión orgánica-
-Coincidencia armónica-

No existe ningún borrador mágico
para borrar todos los errores cometidos
que pasaría si las flores solo se marchitaran?
o solo se quedaran como botones.

Duele la realidad duele
La fantasía solo se queda en los sueños
Que pasaría si nunca muero?
y no tuviera la oportunidad de nacer de nuevo.

-Amanece el alma-

Vuelve otra vez, aparece

-atardece en ti-

desapareces te vas y vuelves

Amanece el alma
Vuelve otra vez, aparece
atardece en ti
desapareces te vas y vuelves

Amanece el alma
Vuelve otra vez, aparece
atardece en ti
desapareces te vas y vuelves

Amanece el alma
Vuelve otra vez, aparece 

quinta-feira, 14 de março de 2013

O esperar



Espero pelo dia que jamais chegará
sem quere-lo, espero
espero como aqueles que sabem
não haver nada mais para além do esperar
os resignados, condenados
espero
o esperar sem esperanças,
sem destino
o esperar que não terá memórias
ou lembranças
espero o tempo passar
e espero que ele passe mais rápido,
que horas virem minutos
para que logo anos sejam uma vaga lembrança
nebulosa
deste longo esperar
espero que o esperar  termine
quando os olhos,
meus olhos,
eu fechar

domingo, 10 de março de 2013

Longe da perfeição e perto do coração




Assim que morre alguém com quem temos algum laço de afeto, seja este qual for, o que todos nós fazemos é chorar esta morte. Não por obrigação ou para fazermos pose, mas porque esta é a reação natural de todo ser humano, pois temos que expressar nossos sentimentos. Seja este o choro compulsivo e sentido que nos vem quando perdemos alguém que amamos ou a lamentação sóbria e respeitosa em relação àqueles que admiramos à distância, estas não requerem explicações ou motivos outros para além da perda sentida.

Claro é que a pessoa falecida não se torna santa com sua morte, contudo, mais claro ainda é que não é por isso que lamentamos a sua perda. Da mesma forma que nosso amor ou paixão não está atrelado à santidade de ninguém, nossos pêsames também não estão. Amamos porque amamos, porque aquela pessoa tem para nós um significado que a lógica não deve tentar explicar, pois a lógica jamais será a forma correta para compreendermos qualquer sentimento.

Então, apesar de estarem longe de qualquer santidade, todo o choro e as homenagens que vemos por estes dias pelas mortes do Sr. Chávez, presidente Venezuelano, e Chorão, vocalista e letrista santista, são sim algo a se admirar e demonstram a dimensão e a relevância do que eles fizeram em vida. Por isso, mesmo que como eu, muitos achem que Chávez cometeu muitos crimes durante seus anos de governo, mesmo assim, não há como não admirar a força e a paixão que este homem foi capaz de gerar.

Quanto a Chorão, bem, não lamentamos sua perda porque ele foi um exemplo de cidadão. E disso todos nós sabemos. Maluco e cheio de atitude, duramente sincero e, às vezes, violento, apaixonado pela vida e por mostrar tudo o que ele veio a dizer. E Chorão disse muito, e foi um dos melhores letristas desta geração que eu tive o prazer de ver aparecer. Humano, longe de perfeito e, por isso, grande nos seus feitos, Alexandre Magno Abrão não conseguiu vencer a dependência química como muitos nesta vida; como alguns na minha família, como alguns dos meus amigos queridos. E isso, na mesma proporção, não os torna um exemplo do bem ou do mal. Não. Isso apenas nos faz lembrar que falíveis somos todos nós, que erramos todos os dias durante quase toda a vida. E que, apesar disso, há sempre quem nos ame como somos: homens e mulheres imperfeitos.

Um beijo a todos os meus amigos, e um especial para aqueles que resolveram viver a vida do seu jeito, os malucos que nem sempre são compreendidos.






quarta-feira, 6 de março de 2013

terça-feira, 5 de março de 2013

O dia no qual morreu um homem Morto



05 de Março de 2013 - Morre Hugo Chávez: político demagogo e ditatorial que enriqueceu a si mesmo e aos seus e empobreceu a Venezuela. Um caudilho que levou o país a um retrocesso absurdo destruindo a liberdade de expressão de seu povo e cultivando um governo populista levado no cabresto por um coronel louco e carismático. É certo que os paupérrimos estão menos pobres, mas a corrupção apenas mudou de mãos e a violência ali nunca foi igual.

Chavez morreu, mas as demagogias e as falácias continuam com um golpe que começou a ser moldado desde Cuba e hoje chegou a seu final. Hoje morreu um homem que já estava morto e que mesmo antes de morrer já virara um mito. O maior mito antidemocrático moderno da nossa América do Sul.  

As pontas dos dedos



Sem a doçura das mentiras,
fantasias de cinema e da mais barata literatura,
torna-se tão real e pesado o respirar.
Sei que a vida não se dá desta forma,
amorfa,
para todos. Mas o que devem fazer aqueles
que, como eu, nasceram com alma perdida
e olhos que pensam além mar ver?
Não há como encostar-se numa poltrona
à noite e interessar-se pela mesmice
e a pasmaceira que apenas a sanidade traz.
Não há.
Não interessa a novela nem a vida alheia,
nem o que vestem,
dirigem,
bebem...
Interessam as paixões e a música que elas
podem fazer.
Interessam todas as palavras deste mundo
e o seu querer. Interessam
as borboletas de asas amarelas e os voos que elas fazem
a países que não constam de mapa algum.
Interessa a fantasia,
a mais linda mentira que é capaz
de criar todo um Universo paralelo
apenas para eu poder, nele,
tocar-te
com as pontas dos dedos.


domingo, 3 de março de 2013

Miriam Makeba


04.03.1932

Para lembrarmos que as meninas também sabem gritar para que todos as ouçam.




A saudade...


... de quem não se conhece e que, sequer, se sabe ao certo se chega a existir.

O céu sem fim de Lisboa, quase uma miragem.