terça-feira, 26 de agosto de 2014

Mi beso (un beso latino y lleno de mariposas)




Ojos Color Sol
Calle 13

Hoy el sol se escondió y no quiso salir
Te vio despertar y le dio medo de morir
Abriste los ojos y el sol guardó su pincel
Porque tú pintas el paisaje mejor que él

Cuando amanece tu lindura
Cualquier constelación se pone insegura
Tu belleza huele a mañana
Y me das de comer durante toda la semana

Tus ojos hacen magia, son magos, los abriste
Y ahora se reflejan las montañas en los lagos
La única verdad absoluta
Es que cuando naciste tú
A los arboles le nacieron frutas

Naranja dulce, siembra de querube
Como el sol tenía miedo se escondió en una nube
Hoy el sol no hace falta está en receso
La vitamina D, me la das tú con un beso

La luna sale a caminar siguiendo tus pupilas
La noche brilla original después que tú la miras
Ya nadie sabe ser feliz a costa del despojo
Gracias a ti y a tus ojos

Eres un verso en reversa, un reverso
Despertaste y le diste vuelta mi universo
Ahora se llega la cima, bajando por la sierra
La tierra ya no gira, tú giras por la tierra
En la guerra se dan besos, ya no se pelean
Hoy las gallinas mujen y las vacas cacarean
Las lombrices y los peces pescan los anzuelos
Se vuela por el mar y se navega por el cielo

Crecen flores en la arena, cae lluvia en el desierto
Ahora los sueños son reales, porque se sueña despierto
Ese sueño es seguro y así se reproduce
Y la inocencia por fin no se esconde de las luces
La escasez de comida se vuelve deliciosa
Porque tenemos la barriga llena de mariposas
La galaxia revela su comarca escondida
Y en la tierra parece que comienza la vida

La luna sale a caminar siguiendo tus pupilas
La noche brilla original después que tú la miras
Ya nadie sabe ser feliz a costa del despojo
Gracias a ti y a tus ojos

En la academia militar enseñan medicina
Y los banqueros ahora dan viviendas y comidas
Ya nadie sabe ser feliz a costa del despojo
Gracias a ti y a tus ojos


quinta-feira, 21 de agosto de 2014

O monstro


algumas vezes
lá pelo meio da noite
escrever dói tanto que me engasgo,
sufoco.
como se a alma,
o monstro que cá dentro habita,
apressada não pudesse esperar o desenhar das mãos; dos dedos.
e pela boca ela me escapa,
rasgada,
em urros secos e silenciosos.

domingo, 17 de agosto de 2014

Breve


A vida é breve. Disso todos nós sabemos, e o sabemos mais claramente quando, de repente, nos vemos à beira dos 40 anos. Os anos passam e não nos damos conta, é verdade. Contudo, e apesar da brevidade da vida, às vezes ela nos parece longa demais, difícil demais, pesada demais. E como isso pode ser? Nessa semana, uma semana difícil como poucas para mim, pois parece que Deus resolveu mostrar-me “in loco” o quão tênue pode ser a nossa vida, li e ouvi frases que se grudaram a mim feito tatuagem.

O cineasta, Guel Arraes, sobre a perda precoce e inexplicável de seu sobrinho, Eduardo Campos, disse: “O amor é a única arma que temos contra a morte.” E este, o amor, que nos parece frágil tábua de salvação, deveria ser mesmo a única e maior razão para todas as coisas que fazemos nesta vida. Nossa única arma. Apenas por amor deveriam ser tomadas as decisões em todo e qualquer caso, apenas por ele, então, seriam feitas as leis que nos regem. Apenas em nome do amor aos outros, ao que fazemos e a nós próprios, seriam então realizadas todas as obras humanas. E isso seria tão bom.

É mesmo uma pena que o amor, palavra que traduz todo o respeito, o carinho e o cuidado que temos para com as pessoas, não reja todas as decisões tomadas neste mundo. Pois, se assim o fosse, não teríamos guerras já que nenhuma delas faria sentido, e não compreenderíamos termos como “indústria bélica”, “guerra santa”, “limpeza étnica” e tantos outros que usamos hoje em dia como se fosse algo trivial. Eles não o são. São?

Lewis Carroll em “Alice no País das Maravilhas” escreveu o seguinte diálogo:

“Alice: Quanto tempo dura o eterno.
Coelho: Às vezes, apenas um segundo.”

Pois, é verdade que o eterno dura pouco, às vezes; que a vida dura pouco. E a pergunta que me martela a consciência desde o dia no qual li tal trecho é: Se tão breve, e tão cara a nós por sua brevidade, por sua natureza delicada, rara e sensível, por que não andamos a cuidar melhor da vida? Por que ignoramos seu valor e permitimos que tanto se faça contra ela? Não sei. Mas gostaria muito, e profundamente, de compreender a nós mesmos melhor. Já que, talvez, em tal resposta houvesse alguma solução.

Ainda sem repostas, deixo um beijo a todos nesta semana difícil, de um mês difícil, de um ano cheio de guerras e conflitos muito para além do que qualquer amor pode suportar.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Amor




Quero um amor do qual eu não goste
De quem sinta em determinados e espaçados momentos certo asco
Quero um amor falso que exista apenas do lado de fora,
Que não me importe
Um amor o qual eu possa abandonar por capricho,
Num momento de raiva,
Por enfado
Quero um amor que seja tudo menos o amor que conheço,
E que se arrasta comigo enquanto eu me arrasto
A penar pela vida. Alma sem pouso ou destino
Quero um amor prático e moderno
Descartável copo branco de plástico universal
Insípido
Inodoro
Incolor
Quero um amor que seja tudo menos o verdadeiro amor
Que esse já não existe há séculos como me grita um,
Como me sussurra o outro
Quero um amor de homens com seus dias contados e fim certo,
Efêmero
Vago e sem nenhum sentido para o bem da comodidade
Que a covardia nos traz
Quero um amor que pode ter qualquer nome, tamanho, nacionalidade e cor
Não importa

domingo, 10 de agosto de 2014

O Par Perfeito - parte 2



Para mim não haveria um sem o outro. Sem minha mãe não haveria meu pai, e isso parece tão óbvio que dói escrever. Porém, a verdade é que isso não é tão óbvio quanto soa ser num primeiro momento, porque o fato é que desde sempre, e para todo o sempre, creio que ninguém que os conhece imagina que um dia houve Jesus sem Odila; e vice versa. E eu, que nasci da união dos dois, menos que todo mundo que conheço, não consigo imaginar um longe do outro porque os dois são, mais profundamente do que tudo nesta vida, um par.

Hoje é dia dos pais, dia de eu sentir uma saudade ainda mais doída do homem que foi um tanto rigoroso comigo quando menina, que hoje é apenas amor e carinho, e que sempre esteve ao meu lado; mesmo nos momentos nos quais brigava comigo. E com a saudade do pai, vem a saudade da mãe; o colo que será sempre meu e do qual eu abuso toda santa vez que estou em São Paulo.

Sem fazer muito esforço percebo que, para além de não poder imaginar meu pai sem minha mãe, me é impossível imaginar um mundo onde os dois não estão, e que, apesar de todos os anos que tenho, sinto-me um pouco menina com eles, e apenas com eles. A menina que eles ainda veem em mim, tal como todo pai e mãe vê a seus filhos neste mundo. Um mundo onde acreditamos que o tempo definitivamente não passa, e onde os pais sempre estarão.

Apesar de bonita, esta ilusão é apenas o que ela é: uma doce mentira que contamos a nós mesmos para não nos sentirmos tão perdidos num mundo que é grande demais sem nossos pais. O tempo não para, como todos sabemos, para ninguém. Entretanto, e ao mesmo tempo em que é cruel, o tempo nos mostra aquilo que apenas o tempo nos pode mostrar. Apenas com o tempo nós, os filhos, entendemos quem foram, e quem são, para nós os nossos pais. E com o tempo, feito crianças mais uma vez, amamos mais e mais incondicionalmente nossos pais.

Feliz dia dos Pais para o meu pai, e para a minha mãe. Sou muito feliz por ser vossa filha e tenho um orgulho do tamanho do mundo de vocês, meus pais.


Amo-vos sempre e para todo sempre cada vez mais.


sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Sussurros


Sussuros

Fernando assusta-me,
pois morto há tanto tempo ainda me fala
aos ouvidos.
Sussurra em seus poemas enquanto leio:
“Muito de ti estava já em mim.”
Sombrio e decidido, espelha-se meu futuro
em um passado que não foi meu.
Pessoa assombra-me.



Stela

Sou Mari,
                  Stela é a outra.

Aquela que teve mais sorte na vida
e que dormida não se apercebeu da crueldade humana.
Mas eu não sou aquela que dorme,
e por meus olhos sangue
e
pedaços
de
gentes
estão a entrar cotidianamente...



Absurdo

Absurdo, esta palavra não deveria existir,
pois,
se absurdo é
já  não deveria de
ser.