terça-feira, 31 de julho de 2012

Don't say it is over...


The beauty of feelings, even when they get a little crazy. 
If it were the beaches, 
The Avett Brothers.

domingo, 29 de julho de 2012

Os Jogos




O urso Misha é a primeira lembrança que tenho dos jogos Olímpicos. Incríveis trinta e dois anos passaram desde aquela noite na qual, meio dormindo por ainda ser uma menina, me encantei com a abertura das Olimpíadas de Moscou. Aquilo, para mim, foi a coleção de imagens mais lindas que eu havia visto até então e, seja porque as imagens se misturaram ao meu sonho ou porque eu era muito pequena ainda, nada me encantou mais até hoje. Aqueles eram outros tempos. Tempos mais românticos diriam uns, sem tantos computadores, de um mundo que ainda defendia suas ideologias mais que o dinheiro e, talvez por isso mesmo, não nos parecia tão pequeno.

Tempos mais tensos diria eu, com certeza. Vivíamos o terror da guerra-fria, e eu morria de medo de que uma bomba atômica explodisse a qualquer momento sobre nossas cabeças em meu pânico de criança, fazendo com que o mundo acabasse numa piscadela de olhos. E, por aquela guerra de nervos sem bombas, os americanos não foram a estes jogos na antiga União Soviética. Tempos em que a palavra boicote era usada a cada quatro anos e, triste e consecutiva, se repetiria numa Los Angeles de astronauta-de-mentira sem os soviéticos e outros daquele bloco. Vivíamos divididos.

Apesar disso tudo, naquela época, sentada ao lado de meu pai, nasceu minha paixão e meu vício por esta coisa de Olimpíadas que vive comigo até hoje; como deve ser para muitos outros. Ou não há outros que se sentem incomodados pelo fato de não conseguirem assistir a tudo que ocorre por estes dias? E como não se apaixonar por cenas tão fantásticas como aquelas? Havia ginastas saltando e girando como se tivessem molas nas pernas e braços, atletas voando com varas como se a gravidade não existisse em saltos impossíveis. Havia gente mais forte, mais rápida e mais elástica do que até então eu já vira. Aqueles eram super-humanos, eles eram heróis.

Claro que com o tempo, e os anos, a fantasia dos jogos foi desaparecendo para mim. Como deve ser para tudo, ou quase tudo, nesta vida. Entretanto, ficou aqui uma admiração tremenda pelos atletas, pessoas que se dedicam e amam ao extremo aquilo que fazem. Amam tanto e são tão dedicados que dedicam tudo, seus corpos, seu tempo, todos os esforços, a vida inteira enfim, por um objetivo: ganhar uma medalha e serem, por algum tempo, os melhores naquilo que fazem. E dá-lhe choro, deles e meu, por ver a conquista no final de tanto esforço, dor e dedicação. E se o choro for de um brasileiro, tenho direito a replay com muita emoção porque nestes momentos sou patriota até o último fio de cabelo.

Então, cá estou eu presa à televisão, pelo menos no fim de semana, tentando assistir a tudo que passa nos quatro canais que passam esportes 24 horas por dia. Gostando muito destes jogos realizados num país que merece, realmente, ser uma sede olímpica.  E o merece pela tradição e dedicação aos esportes desde uma época em que não havia tanto dinheiro envolvido nisso de correr atrás de uma bola ou acertar uma bolinha amarela com uma raquete nas mãos. Que haja mais espetáculos como aqueles que já vimos em tantos anos, com pessoas do mundo inteiro, juntas, a provar que elas são mais do que simples mortais. São geniais.

sábado, 28 de julho de 2012

Paulinho da Viola - Nervos de Aço (Acústico MTV)




A gentileza do samba, suave e doce como quase ninguém o sabe ser. O Paulo que à viola pertence desde sempre.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

significado


Será que há mesmo nesta tua vida,
ou em outra qualquer,
significado
que valha ser, assim como  está este:
destacado, aumentado,
sobre valorizado?
Talvez não.



terça-feira, 24 de julho de 2012

Paixão

para minha paixão
da minha paixão
pela minha paixão
porque a vida sem música
não tem vida

domingo, 22 de julho de 2012

Mais um Menino




Nesta minha vida, tão cheia de meninos com meus sobrinhos e afilhado, imaginava que a chegada de mais um menino não deveria causar espanto ou grande emoção. Afinal, seria mais um menino; mais uma paixão. Sim. Porque, não sei por que cargas d’água, os meninos me encantam mais e além do que as meninas são capazes de fazer. Não que eu os ame mais do que a elas, não é uma questão de intensidade no amor. Mas eles são um mistério à parte, uma vida diferente da minha que me dá imenso prazer ver crescer. Por isso, quando penso em ter filhos, sempre penso em meu menino de cabelos encaracolados. Mas esta é outra estória.

Contudo, mais do que tudo, a chegada deste novo menino me assustou profundamente porque ele será filho do menino que esteve comigo a vida toda; meu irmão será pai. E, se sempre me foi muito difícil compreender meu irmão, entender seus problemas e seus motivos, aceitar a maneira como ele leva sua vida. Desta mesma forma, me foi difícil aceitar a maneira como o meu sobrinho surge neste mundo, pois, não foi assim que eu imaginei, que eu sonhei e como eu queria que fosse, a chegada do primeiro filho do meu irmão.
 
 Somos, e sempre o fomos, tão diferentes um do outro, brigamos tanto durante a infância e levamos nossas vidas tão independentes um do outro que chega a ser incomodo. Eu sei disso. Entretanto, amo-o e aprendi com ele que aos irmãos amamos porque amamos, simplesmente. Porque eles são feitos da mesmíssima matéria que somos nós, o sangue nos une e o amor é incondicional, mesmo que não haja muito em comum.  E como é difícil aceitar tanta diferença, e como, ao mesmo tempo, vejo o quanto ainda preciso aprender para aceitar toda e qualquer diferença.

Sérgio foi o primeiro menino que esperei na minha vida, o irmão que me minha mãe havia feito para mim. E, sendo assim, ele sempre foi meu sem o ser de verdade, pois ninguém o é. Por isso, não me espanta a raiva que às vezes sinto quando ele faz algo que eu julgo errado, já que quero o melhor para ele e algo que não me parece o melhor me apavora. Mas, quem sou eu para querer dizer o que será o melhor para ele, se nem sempre faço o que é melhor para mim mesma? Como posso querer que ele não cometa erros, se sei que todos erramos o tempo todo? Loucura minha, eu sei.

Serei tia, mais uma vez, e estou ansiosa pela chegada deste meu novo menino, mesmo que a princípio a ideia tenha me assustado muito. Desculpe-me, menino. A verdade é que já te quero bem, que não vejo a hora de conhecer seu rosto e ouvir seu nome. Serei sua tia com muito orgulho e todo o prazer que há nesta vida. Bem vindo seja.

Sérgio, meu irmão, e eu.

Samba e Amor




Recife, sempre surpreendente...

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Intensamente



Aos olhos mais verdes de mar,
de sorriso mais quente de graça
e  voz de anjo cheio de pecado,
toda a felicidade
Ao menino que ousou crescer,
e fez-se homem pela sua menina
e de um tornou-se três para toda uma eternidade,
toda a paz
Ao sonho que virou verdade,
virando a minha verdade de ponta cabeça
ao transformar  meu medo em coragem
toda a paixão
E desejo que ninguém, nem mesmo eu,
possa algum dia arranhar esta tua vida,
será este pra ti o meu presente:
desejo-te
tudo aquilo que já tens para o dia de hoje
e, muito além,
para sempre.

Feliz Aniversário, meu Preto.
20 de Julho de 2012



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Um erro divino



Como pode ser errado, ser pecado,
o amor?
Não pode. E este só pode ser um
erro divino. Um descuido de Deus.
Porque amor nunca é erro ou pecado
e, se está errado, amor não há de ser o pobre coitado.
Mas, então, o que é isso que mora aqui comigo?
Este sentimento arretado, desgarrado,
que fugiu do meu peito e se espalhou por todo canto
da casa. Invadiu sala, quarto, banheiro e as demais
dependências da morada,
fazendo com que eu  esbarre nele a todo momento.
O que é isso que me levou o sossego, se amor
não pode ser?
Uma falha grave de meu caráter, uma fraqueza,
loucura,
impuro disparate. Não sei.
Sei apenas que para mim parece amor porque de amor tem o gosto,
o cheiro e todo jeito.
Anda como andam os amores mais verdadeiros, e como eles comporta-se
o dia inteiro.
Mas a mim, a mim, todos os homens sérios já disseram que amor não há de ser,
não pode. Pois então, digo eu que só pode ser um erro
Dele que se assemelha aos homens.
Porque eu não sei a que nome deve-se chamar todo esse
meu bem querer
que chamar de amor não se pode.



quarta-feira, 18 de julho de 2012

Mandela's birthday


A man who made me think over and over again...









There is no passion to be found playing small - in settling for a life that is less than the one you are capable of living.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

azul


Tristeza afoga mais que água
mais que rio
e enchente
tristeza é onda que chega mansamente
como se fosse gota,
e a gente não vê
apenas sente quando, de repente,
a tristeza transborda e inunda
a alma de
 azul 


terça-feira, 10 de julho de 2012

A vida escondida




Ontem ao terminar a leitura de mais um livro, o romance A Casa dos Espíritos de Isabel Allende, senti a tal mescla de sentimentos que me acompanha sempre que meus olhos se põem na última página de um bom livro: a satisfação tranquila pela missão cumprida de ter visto de cabo a rabo mais uma estória, e o pesar melancólico de saber que a minha cumplicidade com os homens e mulheres que respiram naquelas páginas deixará de ser um prazer cotidiano. Não ouvirei mais aquelas vozes em sussurros aos meus ouvidos, e a saudade fica comigo.

É bem verdade que nem todos os livros nos tocam da mesma forma, e assim jamais pode ser. Há vezes nas quais nos arrastamos pelas páginas de um livro que não consegue nos prender e, mais por orgulho ou teimosia, terminamos pesadamente, e com alívio sincero, a passagem por suas linhas finais. Por outro lado, em outras vezes, nos sentimos tragados pelas palavras de uma estória, escravos sedentos pelo descobrimento dos próximos acontecimentos, de tal forma que nos dói fechar o livro e abandoná-lo até o próximo momento egoísta de estar a sós com esta paixão novamente.

E, tal como toda forma de arte, a grandeza e o valor de um livro nunca deixarão de ter um quê de subjetivo e, por tanto, relativo. O bom livro, muito para além das qualidades literárias que ele pode ou não ter, é assim classificado muito de acordo com o prazer que este dá aos olhos de quem o lê. Assim, que no mesmo dia de ontem, senti-me ofendida pela qualificação de medíocre dada ao meu querido Carlos Drummond de Andrade por um jornalista na televisão. E, me perguntei: como assim, Drummond uma porcaria? Que heresia. Entretanto, tão certo quanto eu tenho o direito de ser apaixonada por tudo que o mineiro Drummond escreveu, outro leitor tem todo o direito de não gostar nem um pouco do todo que ele produziu. E desta forma sempre será.

Seja como e porque for, ganhamos muito quando lemos um bom livro; um livro que nos ensina algo, que provoca nossa mente, e nos comove. Ele nos faz refletir sobre sentimentos, fatos, e sobre as razões humanas para ações que não são nossas, mas que experimentamos no cumplice momento de entrega à leitura.  E aprendemos mais sobre o mundo e sobre quem somos através de uma catarse literal.

Quanto ao meu último romance, A Casa dos Espíritos, posso dizer que valeu muito a pena para mim, sem qualquer sombra de dúvida.  Seus personagens viveram comigo por um mês inteiro e me fizeram sorrir, chorar e me sentir tão próximo a eles que quis, através da fé cega, mudar o escrito para que o sofrimento destes fosse diminuído. Neste momento, sinto saudades daqueles latinos apaixonados, passionais e um tanto lunáticos. E fica mais claro para mim o porquê de chamarmos de romance este gênero literário, já que a paixão por ele concedida me chega clara e viva.

domingo, 8 de julho de 2012

A fita vermelha




Passou a menina de fita vermelha no cabelo
trazendo com ela o reflexo de um tempo  antigo e iluminado,
um tempo visto por olhos de há muito tempo.
Passaram com a fita vermelha
os heróis da tela da sala de cinema de tardes cheias de futuro
e a possibilidade infinita do porvir.
Veio com ela o cheiro de terra depois da chuva
e dos almoços de domingo,  insinuou-se o perfume das camélias
da rua-universo de minha infância.
Ouviu-se o riso solto a divertir-se em brincadeiras sem propósito,
o som dos discos de vinil e seus lados B
e a voz de minha mãe todas as manhãs  a dar bom dia.
A fita trouxe também silenciosos desejos,
a ânsia de viver e sonhar de uma alma que ignora o tempo
como se fosse verdadeiramente possível, em algum tempo,
o tempo ignorar.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Meu Carlos


POEMA DE SETE FACES

Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.

As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.

O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.

O homem atrás do bigode
é serio, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode.

Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.

Mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.

Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.


quinta-feira, 5 de julho de 2012

No Pacaembu, 04 de Julho de 2012.



A Paixão



Por isso é que eu choro, uma paixão para a vida toda. Libertadores 2012, a primeira vez.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

O Meu Santo, Seu Jorge



Chagas abertas, Sagrado Coração todo amor e bondade, o sangue do meu Senhor Jesus Cristo, no corpo meu se derrame hoje e sempre.
Eu andarei vestido e armado, com as armas de São Jorge. Para que meus inimigos tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me enxerguem e nem pensamentos eles possam ter para me fazerem mal.
Armas de fogo o meu corpo não o alcançarão, facas e lanças se quebrarão sem ao meu corpo chegar, cordas e correntes se arrebentarão sem o meu corpo amarrarem.
Jesus Cristo me proteja e me defenda com o poder de sua Santa e Divina Graça, a Virgem Maria de Nazaré, me cubra com o seu Sagrado e divino manto, me protegendo em todas minhas dores e aflições, e Deus com a sua Divina Misericórdia e grande poder, seja meu defensor, contra as maldades de perseguições dos meus inimigos, e o glorioso São Jorge, em nome de Deus, em nome de Maria de Nazaré, e em nome da falange do Divino Espírito Santo, me estenda o seu escudo e as suas poderosas anulas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, do poder dos meus inimigos carnaise espirituais e de todas sua más influências, e que debaixo das patas de seu fiel ginete, meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós, sem se atreverem a ter um olhar sequer que me possa prejudicar.
Assim seja com o poder de Deus e de Jesus e da falange do Divino Espírito Santo.
Amém.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Lágrimas Masculinas




Na próxima quarta, seja lá qual for o final da história desta Copa Libertadores da América, teremos muitos homens de todas as idades a derramar abundantes lágrimas por toda Sampa e muitas outras cidades deste mundo redondo. Sejam elas geradas pela alegria da vitória mais esperada ou pela decepção de ter chegado tão perto e perdido, o certo é que o choro estará cá fora numa tristeza, ou alegria, muito mais ampla e profunda do que as vistas nos olhos de italianos e espanhóis na final desta Eurocopa.

Certo é que eu, como corintiana devota de São Jorge e fã de futebol, creio na vitória. Contudo, e apesar deste princípio futebolístico, não foi para falar de futebol que me sentei para escrever. Sentei-me para falar das lágrimas de homens. E não sei quanto às outras meninas, mas eu não posso ver homem chorar sem me comover de maneira profunda, verdadeira e doída que só. Sim, choro de homem acaba com qualquer resistência minha e me faz querer fazer qualquer coisa para encerrar com a tristeza que vejo ali.

Claro que entre as lágrimas de alegria e as de tristeza, entre aquelas derramadas por meninos manhosos e por senhores de cabelos brancos há uma grande diferença; e que para toda regra há um bom punhado de exceções. Entretanto, para minha alma de mulher, feita para cuidar de meninos, as lágrimas masculinas parecem mais sérias e acabrunhadas que as femininas. Afinal, elas rolam muito mais raramente que as nossas, saem apenas com muita força feita por um coração apertado, e são o fruto de uma tristeza verdadeira.

Sei que nós meninas também choramos pra valer. Mas verdade seja dita, choramos nos filmes, quando ouvimos uma criança chorar por causa de uma vacina, porque fomos contrariadas, porque o corte de cabelo ficou horrível, porque o amor de nossa vida distraiu-se e cometeu uma gafe pequenina e etc. e tal. Chorar faz parte da natureza feminina, uma habilidade aprendida em anos de aperfeiçoamento para amolecer os corações masculinos desde que nascemos. Eu, manhosa desde pequena, chorava sempre que me sentia sem sono e sozinha à noite e, poucos minutos depois, lá estava meu pai a consolar a sua menina.

Hoje, tantos anos depois, não há dor maior para mim do que imaginar que, por qualquer razão, aquele homem forte que sempre cuidou de toda a minha família esteja a chorar.  Apenas a idéia do choro de meu pai me apavora, porque sei que haver lágrimas a rolar por seu rosto significa que elas tiverem que vencer uma força descomunal.

Se pudesse, claro que gostaria que apenas lágrimas de alegria rolassem de hoje em diante nos rostos de todos: homens e meninos, moças e velhinhas. Mas este é um sonho grande demais para uma humanidade inteira. Não? Então, espero que choremos mais de alegria que de pesar para que cada lágrima valha muito mais a pena. E que o choro desta quarta-feira seja de alegria para mim, o choro de uma das alegrias mais esfuziantes que já senti.

Um beijo cheio de carinho e muita saudade daqueles que vivem no meu coração, mas não estão aqui.
Boa semana.

domingo, 1 de julho de 2012

Murmullo



¿Llegará el día en lo cual no escucharemos más las dulces voces de hadas?
No lo sé. Sólo rezo para que este día llegue de manos dadas a la muerte,
como un gato llega, lleno de sueño, sin hacer barullo al amanecer.
El tiempo en lo cual seremos solamente hombre y mujer simplemente,
personas guiadas por la razón y ajenas a toda la fantasía que existe
más allá del alcance de los ojos. Será un tiempo gris.
A mí no me gusta aceptar la idea de que este tiempo venga como se
fuera cierto y trivial. No lo es.
Así, que todavía siembro semillas de mariposas y estelas,
de besos y nubes de colores distintas, de abrazos eternos y sabrosos.
Cosa de niña,  tal vez lo sea. Yo sé. Pero así me encuentro todos los días
con mi cariño, un niño de ojos verdes y callados que hace mucho tiempo
oye a los murmullos de hadas conmigo y cree en la posibilidad
del amor.

A poesia de Lisboa



o Amor...