quinta-feira, 29 de maio de 2014

The great woman - Maya Angelou



I Know Why The Caged Bird Sings


The free bird leaps
on the back of the wind
and floats downstream
till the current ends
and dips his wings
in the orange sun rays
and dares to claim the sky.

But a bird that stalks
down his narrow cage
can seldom see through
his bars of rage
his wings are clipped and
his feet are tied
so he opens his throat to sing.

The caged bird sings
with fearful trill
of the things unknown
but longed for still
and his tune is heard
on the distant hill
for the caged bird
sings of freedom

The free bird thinks of another breeze
and the trade winds soft through the sighing trees
and the fat worms waiting on a dawn-bright lawn
and he names the sky his own.

But a caged bird stands on the grave of dreams
his shadow shouts on a nightmare scream
his wings are clipped and his feet are tied
so he opens his throat to sing

The caged bird sings
with a fearful trill
of things unknown
but longed for still
and his tune is heard
on the distant hill
for the caged bird
sings of freedom

(04/04/28 - 28/05/14)

domingo, 25 de maio de 2014

Um minuto


Em um minuto tudo muda,
muda o vento
mudam as nuvens no céu que já não é o mesmo,
muda o gosto na minha boca e, no coração, meus sentimentos.
Tudo muda em um minuto,
muda a vida
mudam as decisões antes tomadas porque de tudo não se sabia.
Eu não percebia.
E quando percebo, muda a cor dos meus olhos
que do doce avelã passam para o soturno negro.
Em um minuto tudo muda,
e eu muda permaneço.



sexta-feira, 23 de maio de 2014

O Clip Oficial da Copa (para mim)

Pois, apesar de ser propaganda como todos os outros, é o único que entende que a paixão pela bola começa nos campinhos de futebol pelo mundo afora.






domingo, 18 de maio de 2014

Tu

Abrir
mão
de
ti
é como fechar os olhos diante do mar para nunca mais abrir.
É não tomar sorvete no verão,
e deixar de ouvir a canção
que mais
se gosta.
É sentir-se,

                  de repente,

com mais de cem anos e não compreender onde a vida dobrou,
errada,
uma curva...
                                                                                Tão torta assim.
Abrir mão de ti,
para
mim
ainda me soa tão estranho quanto um Mundo completamente nu de sons,
e me parece
que
sem
ti
eu abro mão
de
m
i
m.




O Doce Viola - Paulo e a Portela




sábado, 17 de maio de 2014

“A Gente Ainda Somos Inútil.”




Hoje vi Diego Costa, jogador do Atlético de Madrid, chorar porque sentiu uma fisgada na perna, (como por cá dizemos), e teve que sair da final do Campeonato Espanhol. Chorava não pela dor em si, mas pela impossibilidade de jogar, porque aquela era uma partida importante, porque a final da Champions League está logo aí, porque a Copa do Mundo ocorrerá em menos de um mês e ele, brasileiro de nascimento, defenderá a Espanha no Mundial.

Apesar de eu torcer sempre pelo Barcelona, ou quase sempre. Hoje estava realmente dividida entre o time que muito me encanta há anos (mesmo não sendo o meu time de alma e coração, que este sempre será o meu Corinthians) e a possibilidade de ver o grande trabalho de Diego Simeone dar frutos e do Atlético ser campeão da Espanha depois de 18 anos.

O Atlético sagrou-se campeão e, por isso, muitos homens choraram. Choraram de alegria pela vitória mais que desejada ou de tristeza porque não havia sido desta vez; e esta é a essência do futebol: a emoção. Nem sempre justo, nem sempre com o melhor a vencer o campeonato, nem sempre seguindo a lógica e a razão, mas sempre cheio de emoção; assim é o futebol, algo que se move e que nos move muito para além do fato de haver 22 homens a perseguir uma bola. Futebol é, e sempre será, apaixonado e apaixonante.

Por isso gosto tanto deste jogo. Por esta paixão quase tive um enfarte do pobre do miocárdio durante o ano de 2012. Ano que jamais esquecerei porque vi, em 12 meses, o meu time ser campeão da Copa Libertadores da América e bater os ingleses do Chelsea na final do Mundial no Japão. Aquilo, para mim, foi mais emocionante e melhor do que Natal quando a gente é criança ou do que ganhar qualquer Copa do Mundo. Aquelas vitórias foram únicas e mágicas e me fazem, até o dia de hoje, sorrir quando me lembro do que vi e senti naqueles dias.

Pois, apesar de toda esta paixão e de ir aos jogos da Copa do Mundo aqui em meu país, (não podia perdê-los e dá-me quase vergonha por isso). Bom, apesar disso, pouco tem me empolgado o tal Campeonato do Mundo porque o vejo de perto, aqui no meu quintal. E vejo com mais clareza do que nunca que numa Copa do Mundo a beleza do futebol é o que menos importa. Este não é um campeonato de paixões por times, ele é um campeonato de paixão pelo dinheiro e pelo poder que traz o tal dinheiro.

Não me restam dúvidas de que se eu vivesse noutro país, (num país mais honesto para com seu povo como a Alemanha ou o Japão, por exemplo), não me sentiria tão incomodada e não veria tanta coisa errada diante de meu nariz. Mas não vivo, e o que tenho visto é apenas a sublimação daquilo que eu sempre soube: o Brasil é um país hipócrita, corrupto e completamente incompetente. O que me faz lembrar uma canção do Ultraje a Rigor posto que “a gente ainda somos inútil”, não? Bem talvez não todos nós, mas está difícil tentar escapar da tal pecha, ou mudamos e a gente já sabe escolher presidente? Será?


Bom, enquanto não acertamos nas nossas escolhas, o tal do legado da Copa serão estradas não acabadas, entornos tortos, trens e metrôs que não existem, aeroportos pela metade ou nem isso, um bando de estádios para jogarmos os nossos campeonatos que vão mal das pernas, (obrigada), muito dinheiro gasto à toa, e o Mundo com a certeza de que eles haviam se equivocado sobre nós. Não, não somos uma quase potência e o futuro ainda não chegou por aqui. E, apesar de eu ir sim aos jogos, pois a carne é fraca e me incluo no meio dos inúteis do país, fica cá dentro a pergunta – Não dá para começar tudo de novo, não? Bora fazer um “reboot” na bagaça toda?


segunda-feira, 12 de maio de 2014

Azul vivo


O mar recua afastando-se dos pés que há instantes tocavam-no tímidos.
Eles sabem o que virá a seguir,
e, apesar de sabê-lo, não correm. Não fogem.
Esperam como espera o gado nos campos,
como espera todo louva-a-deus apaixonado:
resignados.
Entregues a seu destino de pés presos por vontade própria,
quedam-se imóveis contra sua natureza que os ordena:
caminhem.
Não caminham. Antes permanecem parados; estátuas à espera que venha, com a chegada da realidade, a viva lembrança das ondas mansas, mornas e suaves a beijar-lhes
os dedos,
o peito
a planta
os calcanhares.
Perderam-se pelos beijos da espuma marinha,
pelo canto das serias
pelos sons doces que as ondas faziam ao abraçar as pedras nas manhãs de outono.
Sentem, eles sabem que o mar em breves instantes eternos voltará
gigantesco e azul vivo.
Voltará o mar com fome e com sede.
E por ele, pelo mar azul e vivo, aguardam os pés que sabem que preferem ficar.





domingo, 11 de maio de 2014

O Par Perfeito



Gostaria de crer que temos na vida os pais que merecemos e para os quais fomos destinados porque assim Deus quis. E isso vai muito além do fato de termos sido biologicamente criados por eles, mas porque fomos e somos amados incondicionalmente por eles. E isso, a meu ver, é muito difícil de explicar e entender racionalmente. E, vez ou outra, pergunto-me se mereço tanto assim.

Sim. Tive, como muita gente nesta vida, a sorte de ter pais feitos na medida certa e que nos deram, a meu irmão e eu, seus filhos, tudo o que precisávamos ter. Um tanto gigantesco de amor acompanhado de broncas quando elas foram necessárias, abraços e beijos em número infinito e um punhado de tapinhas na bunda e de castigos para entendermos melhor a vida, toda a liberdade do mundo e limites muito claros e rígidos para aqueles momentos nos quais eles eram necessários. Sérgio e eu tivemos a perfeita vida imperfeita: algo cheio de erros com a intenção de que todos eles tivessem sido acertos. O melhor possível nos foi dado.

Minha mãe e meu pai são e sempre foram para mim, antes de serem Odila e Jesus, meus pais. E isso é muito. Isso quer dizer que eles sempre estão lá quando deles nós, os filhos, precisamos; que nos deram, e dão ainda nos dias de hoje, colo, suporte e carinho; além dos sermões esporádicos, claro. Ou seja, não sei se eles tinham outros planos para a vida deles, porém, para mim, sempre me pareceu que o plano era fazer-nos felizes. E, pensando nisso agora, não consigo imaginar nada mais bonito e generoso nesta vida.

Hoje comemoramos o dia das mães, o dia da minha mãe. Dia da mulher que me tem como sua, para a qual eu sempre serei uma menina; a melhor mulher do mundo e aquela que eu mais amo nesta vida. Contudo, não haveria minha mãe sem meu pai, como não haveria o Jesus que conheço sem a Odila. Eles são dois, é verdade. São pessoas completamente diferentes, é verdade também. Mas juntos formam um par perfeito nesta vida, e Sérgio e eu tivemos a sorte de tê-los como nossos pais. E eu os amo muito e sempre.

Então, queria desejar aos dois, ao par mais perfeito que eu já conheci, apesar de todas as imperfeições, um feliz dia das mães.

Te amo Mi! Te amo Papito!

Muito abrigada por tudo.


terça-feira, 6 de maio de 2014

20 anos de saudade...

... de Mario Quintana e sua poesia. (05.05.94)




A Rua dos Cataventos

Da vez primeira em que me assassinaram,
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha.
Depois, a cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha.

Hoje, dos meu cadáveres eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada.
Arde um toco de Vela amarelada,
Como único bem que me ficou.

Vinde! Corvos, chacais, ladrões de estrada!
Pois dessa mão avaramente adunca
Não haverão de arrancar a luz sagrada!

Aves da noite! Asas do horror! Voejai!
Que a luz trêmula e triste como um ai,
A luz de um morto não se apaga nunca!


Do amoroso esquecimento

Eu agora — que desfecho!
Já nem penso mais em ti…
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?


Segunda canção de muito longe

Havia um corredor que fazia cotovelo:
Um mistério encanando com outro mistério, no escuro…
Mas vamos fechar os olhos
E pensar numa outra cousa…

Vamos ouvir o ruído cantado, o ruído arrastado das correntes no algibe,
Puxando a água fresca e profunda.
Havia no arco do algibe trepadeiras trêmulas.
Nós nos debruçávamos à borda, gritando os nomes uns dos outros,
E lá dentro as palavras ressoavam fortes, cavernosas como vozes de leões.

Nós éramos quatro, uma prima, dois negrinhos e eu.
Havia os azulejos, o muro do quintal, que limitava o mundo,
Uma paineira enorme e, sempre e cada vez mais, os grilos e as estrelas…
Havia todos os ruídos, todas as vozes daqueles tempos…
As lindas e absurdas cantigas, tia Tula ralhando os cachorros,
O chiar das chaleiras…

Onde andará agora o pince-nez da tia Tula
Que ela não achava nunca?
A pobre não chegou a terminar o Toutinegra do Moinho,
Que saía em folhetim no Correio do Povo!…
A última vez que a vi, ela ia dobrando aquele corredor escuro.
Ia encolhida, pequenininha, humilde. Seus passos não faziam ruído.
E ela nem se voltou para trás!


Emergência

Quem faz um poema abre uma janela.
Respira, tu que estás numa cela
abafada,
esse ar que entra por ela.
Por isso é que os poemas têm ritmo —
para que possas profundamente respirar.
Quem faz um poema salva um afogado.


Poeminha do Contra

Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão…
Eu passarinho!


Relógio

O mais feroz dos animais domésticos
é o relógio de parede:
conheço um que já devorou
três gerações da minha família.


Os Poemas

Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.

Quando fechas o livro, eles alçam voo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem. E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti…


Esperança

Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E — ó delicioso voo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança…
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA…


Envelhecer

Antes, todos os caminhos iam.
Agora todos os caminhos vêm
A casa é acolhedora, os livros poucos.
E eu mesmo preparo o chá para os fantasmas.


Tic-tac

Esse tic-tac dos relógios
é a máquina de costura do Tempo
a fabricar mortalhas.

domingo, 4 de maio de 2014

Azul (2)

Azul (2)

O céu é azul, azul solitário; eterno.
Um teimoso azul persistente
que independe de qualquer outra coisa
que aconteça
nesta terra que ele circunda.
Soberano.
Tirânico.
Independente(mente) de eu vê-lo ou não,
lá está o céu azul
a medir com régua milimétrica a (des)importância de minha existência vil.
De um azul que não se borra,
não desbota,
e nem se importa se ainda há olhos abertos a fitá-lo por respostas,
vive o céu impávido e anil.
E tanto esperamos deste céu que não existe,
e que é azul;
apenas azul e vazio.
Sem significantes, sem significados
para além de sua natureza simples e própria:
ser azul.


quinta-feira, 1 de maio de 2014

Senna!


Missing you since 01.05.94

Te extraño hace 20 años

Desde o dia 01.05.94 penso no que poderia ter sido feito para que este dia tivesse sido diferente. 

Saudades.