quarta-feira, 26 de abril de 2017

O Verde



O Verde

Abro meus olhos depois de muito tempo;
passados anos. Todos os anos de uma vida
míope e distraída.
Leviana.
Diante de mim, uma floresta primitiva e pacífica abre seus braços.
Uma imensidão verde e perfeita por suas qualidades inerentes:
momentos eternos de um silêncio construído de sons,
a indiscutível raridade das palavras que no meio da mata
são desnecessárias,
um mar de verdes e outras tantas cores que meus olhos até este momento desconheciam
e que me acolhe,
a beleza de saber, simplesmente, ser. Um ser sem sentidos múltiplos que
por não ter a consciência de sua existência
não tem marcado o seu princípio e, assim, jamais pensará, ou terá, fim.
Mergulho entre as árvores sem olhar para trás porque isso é, no momento,
aquilo de que mais preciso; verde.
O verde: a vastidão verde, morna e tranquila da mata cheia da vida pequena
e de pouca importância onde não há gente.

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