domingo, 30 de abril de 2017

A Paixão Eterna



A Paixão Eterna

No dia 13 de Outubro de 1977 o Sport Club Corinthians Paulista conquistava o Campeonato Paulista depois de 23 anos sem fazê-lo. Os 23 anos de um jejum que ajudaram a construir a mítica crença futebolística de que ser corintiano é ser um sofredor por natureza. Pois, assim o é. É e orgulho-me, incondicionalmente, de pertencer a esta nação apaixonada e sofredora. Sou, antes de brasileira, corintiana.

 Não tenho nenhuma recordação desta partida, de nenhuma das três partidas épicas disputadas entre o Corinthians e a Associação Atlética Ponte Preta em 77 porque eu era criança demais para tais lembranças e para compreender o que acontecia naqueles dias. Lembro-me, crescendo numa família corintiana, apenas de achar curioso o fato de haver gente que torcia por outro time. Àquela época eu não compreendia como alguém podia não ver que não havia time de futebol como o meu. Afinal, éramos o Timão!

Fato é que se tivesse ciência sobre a vida à época eu teria chorado, vergonhosamente, numa explosão de alegria infinita tal como o fiz nas conquistas da Taça Libertadores da América e do Campeonato Mundial em 2012.  E como não fiz nas conquistas das Copas do Mundo de 94 e 2002 pela seleção. Pois, apesar de adorar ao futebol e vibrar com as conquistas brasileiras, não as sinto n'alma da mesma maneira. Minha paixão pertence apenas a uma bandeira. Minha paixão é alvinegra, e existe pelo Corinthians exclusivamente.

Quarenta anos depois o mundo é outro, verdade, e o antes Paulistão agora é chamado de Paulistinha. Campeonato visto, num mundo globalizado e muito mais amplo, como uma competição menor, confusa e sem valor. Bom, o tal campeonato pode não valer muito para os outros seres humanos, contudo, para corintianos e pontepretanos não haverá jogos mais importantes neste ano do que esses dois que nos aguardam. Não senhor!

Por isso, hoje, início de mais uma decisão de campeonato pelo Corinthians, pouco importa para mim a Taça que será erguida. Importa-me, apenas, o fato de que meu time está nessa disputa. Importa-me sentir e ver a beleza poética de quarenta anos depois, mais uma vez, ter a Macaca como minha oponente num momento delicado do meu Coringão. Importa-me, apesar de todos os problemas, que no final tenhamos a vitória. Importa-me ser campeã mais uma vez e gritar feito maluca, parva e meio idiota a plenos pulmões – Vai Corinthians!


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