quarta-feira, 3 de maio de 2017

A Seca



A Seca


Tudo parece igual num continuo tranquilo visto de longe.

A visão panorâmica da janela do meu quarto

mostra um Mundo mudo que não muda.

Ruas iguais com seus carros e suas gentes, cheias do sufocante ruído da cidade

e da costumeira Indiferença

típica de tudo que é grande. Muito maior do que deveria ser.

Mundo grande, país grande, cidade grande...

E a alma da gente fica sem espaço para crescer. Amiúda-se,

encolhe ressecada pela rotina e seca.

Secos seguimos; caminhamos como antes nas mesmas ruas de sempre

tão cheias de carros e de gente.

Porém, de perto, vistos da distância dos meus braços, somos

diferentes.

Não somos os mesmos que riam juntos e que não tinham medo de chorar

porque havia o ombro do outro

que, por obra divina, era meu também nessa vida.

Hoje não conversamos.

Não nos importamos,

e  não nos queremos mais.

Secamos.

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