domingo, 4 de maio de 2014

Azul (2)

Azul (2)

O céu é azul, azul solitário; eterno.
Um teimoso azul persistente
que independe de qualquer outra coisa
que aconteça
nesta terra que ele circunda.
Soberano.
Tirânico.
Independente(mente) de eu vê-lo ou não,
lá está o céu azul
a medir com régua milimétrica a (des)importância de minha existência vil.
De um azul que não se borra,
não desbota,
e nem se importa se ainda há olhos abertos a fitá-lo por respostas,
vive o céu impávido e anil.
E tanto esperamos deste céu que não existe,
e que é azul;
apenas azul e vazio.
Sem significantes, sem significados
para além de sua natureza simples e própria:
ser azul.


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