terça-feira, 12 de outubro de 2021

Ao tempo

 


Ao tempo

Devora-me, tempo

Pele, ossos e nervos

Levando cotidianamente um pouco de mim

Eu, que me deixo levar de bom grado

Sem medos,

Sem termos,

De braços dados a si

Caminho,

Construo com suas entranhas meu mundo enquanto

Devora-me,

e de si alimento-me engordando pensamentos

ganhando peso na terra

ganhando cores meus sonhos

Estamos ambos a caminho do fim, sem pressa, a ouvir as águas deste riacho de pedrinhas coloridas,

um tanto preguiçoso,

muito claro.

Seguir.

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