segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

A História de João e Valéria (parte 7)


7
Havia dias Valéria não saia de casa, e sua mãe sentia-se muito mal por ver sua filha sofrer assim. Sim, porque não há maior dor para uma mãe, mesmo as borboletas, do que ver que a tristeza anda a morar no coração de um filho seu. Valéria estava triste e sua mãe estava triste também. Por isso, mesmo achando a tal viagem a idéia mais maluca deste mundo, Dona Maria decidiu que tinha que conversar com sua filha.
“Valéria, minha leoa pequenita, até quando você vai ficar assim, tão murchinha? Não agüento mais te ver deste jeito, sem sair para voar por aí. O que você quer minha filha? Diz-me.” Valéria tinha seus olhos pregados no chão quando sua mãe entrou em seu quarto, e desta mesma maneira eles continuaram; a borboletinha não tinha vontade de responder.
Vendo isso, a mãe da borboleta amarela deixou de lado sua braveza e o medo de que algo de mal acontecesse com sua filha. Sentou-se a seu lado e disse: “Minha filhinha, te amo mais do que tudo nesta vida e não quero te ver triste deste jeito. Então, mesmo que esta história de viagem pelo mundo seja uma loucura para mim, se é o que você realmente deseja, eu deixo-te ir.”
Valéria não acreditava no que ouvia. “Jura mãe? Você me deixa ir?” A mãe de Valéria balançou a cabeça positivamente, e abraçou sua filha com carinho de mãe. Abraçou-a e ajudou Valéria a montar uma pequena mala para a viagem de sua vida. Nela, além de algumas roupas, o iPod e um diário onde a menina borboleta escreveria todas as aventuras que ela viveria, ia também uma foto de Dona Maria.
As duas chegaram ao jardim juntas e lá, depois de alguns minutos, encontraram João sentado, muito amuado, no galho da jabuticabeira. Mas, no mesmo segundo em que viu Valéria chegando de mochila nas costas com sua mãe, toda a alegria do mundo encheu o seu corpo de passarinho. Ele sabia que a mãe da amiga borboleta tinha mudado de idéia, e a aventura dos amigos começaria.
João abraçou as duas borboletas e agradeceu muito à Dona Maria, prometendo cuidar muito da amiga amarela. “A senhora pode deixar comigo, nada de mal acontecerá com a sua filha, eu cuidarei dela bem direitinho.” A mãe borboleta, de coração apertado, desejou muita sorte para a dupla de amigos. A história de João e Valéria, com todas as suas aventuras, estava em seu começo.
Fim.

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