terça-feira, 21 de agosto de 2012

Sereia


Por que fui ouvir-te, sereia?
Por que fui ouvir-te e lançar-me ao mar?
Nadador inato, sem bússola,
nado em direção às pedras.
Se o medo me parasse, mas não me pára.
Se a razão me falasse, mas ela cala.
Se a fantasia não fosse tão real, mas ela o é.
Soubesse eu que o fim viria pelo canto,
e teria furado os ouvidos à sangue frio; fugido.
Soubesse eu que sereias realmente existiam?
Eu não sabia, juro por Deus que não. Apesar de procura-las por uma vida,
encantado pela sua possibilidade de beleza.
Nado, mesmo sabendo que vou me afogar,
e que nas pedras firmes não haverá porto seguro,
apenas dilaceração.
Pois vão carne e alma de encontro às rochas,
cientes do final.


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