terça-feira, 9 de julho de 2013

Maria


A menina Maria nasceu como milhares de outros meninos e meninas nascem todos os dias, e com ela, como com todos os filhos e filhas deste mundo, vieram toda a felicidade e toda a preocupação que chegam com o aparecimento de um amor que desconhece quaisquer fronteiras. Pois, desde o momento que nascem seus filhos todo e qualquer mãe e pai têm uma única certeza: eles nunca mais serão os mesmos. E ficam de pronto abestalhados com o poder de sedução deste ser tão pequeno que os invade e os cativa para todo o sempre.

E Maria sempre foi uma menina especial, pois ela foi especialmente desejada, especialmente esperada e, antes e acima de tudo, especialmente amada desde o primeiro minuto de existência simplesmente por ela ser quem é; por sua existência. Menina filha de pessoas que resolveram nela crer e por ela lutar de maneira incondicional e apaixonada. E lutou-se por ela pôr muito tempo, desde muito antes dela existir, e ainda se luta. E a pequena Maria luta também. Uma luta que jamais será justa por ela ser ainda tão pequena e indefesa e porque há lutas que são injustas porque, desde o princípio, sabemos que não poderemos vencê-las como gostaríamos. A vitória será dura e parcial. Uma vitória que apenas Deus e o tempo nos farão compreender.

Maria nasceu anjo e, como todo ser provido de asas, não ficará aqui por muito, muito tempo.  A menina Maria, por suas qualidades aladas, por pertencer aos céus feito passarinho, não poderá ficar aqui parada, presa à Terra; e não há como impedir tal fato. Esta menina está além de onde estamos nós hoje e, portanto, simplesmente, não nos pertence; Maria veio de visita. Ela veio para mostrar sua força, para mostrar a capacidade incontestável e infinita do amor, e sem usar palavra alguma conseguiu dizer tudo isso e muito mais a seus pais.

Como sabemos todos nós, nunca estamos preparados para dizer adeus para ninguém. Nunca o estaremos. E tal dor e dificuldade tomam proporções oceânicas quando a este adeus inclui-se a palavra filho. E por mais força que eu faça, não conheço palavras para descrever tamanha prova divina e não consigo vislumbrar o tamanho deste sentimento. Sei que será muito difícil, talvez, a parte mais difícil da vida até o momento. E sei que tudo que posso fazer ou dizer será muito pouquinho, um quase nada. Contudo, sei também que apesar de assim não o parecer, pois fisicamente não será desta forma, Maria veio para ficar. Ela existe hoje e existirá para todo o sempre no coração de seus pais e de toda família. Ela será parte deles. Maria será sempre, e para todo o sempre, o mais puro e verdadeiro amor.


Um beijo especial e um cheiro para a menina Maria e para seus pais.

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