domingo, 17 de novembro de 2013

La Muerte

Nossa Árvore de Natal


Ontem montamos a árvore de Natal aqui em casa que, de maneira a “homenagear” a todos aqui, tem enfeites que representam cada membro desta família que ganhei durante a vida. Adoro montar árvores de Natal e gosto muito desta época que desde 2012 voltou a apresentar-se como um momento muito feliz: uma volta a São Paulo para ficar junto aos meus, minha família e meus amigos, por um bom tempo. Antes, quando eu vivia em Sampa, eu gostava muito da Páscoa porque aquela era a época que eu vinha à Fortaleza para estar com estes daqui que, por méritos, também são meus. Pois, parece-me que as saudades são condição sine qua non desta minha existência que, por minha própria escolha, é dividida. Eu queria ser muitas para poder estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Mas, não dá.

Contudo, voltando à minha “bola de Natal”, aquela que me representa. Bom, devo dizer que gostei demasiado dela, e que acho mesmo que tem a minha cara: uma caveira mexicana, colorida, bem humorada e com cara de maluca. Ou seja, tem muito de mim. (risada) Brincadeiras à parte, na verdade, gosto muito destas representações da morte mexicanas, além de gostar muito de sua estética, por elas explicarem-me muito de como sinto a vida. Não tenho medo algum da morte, pelo menos não da minha que pouco me afetaria no final das contas, e sinto que a vida em seu percurso ensina-nos a não temê-la.

Durante a vida deixamos de ser quem já fomos até outro dia inúmeras vezes. Eu não sou mais a menina que fui um dia, ou a adolescente da época do colégio, nem... Bem, não sou mais nem quem eu era há 12 meses. E, apesar do desconforto e da dor que a mudança traz num primeiro momento, não há como negar que é ela, a mudança e a transformação que dela resulta, que nos faz sentirmo-nos vivos.  Que faz a vida ser bela e valer a pena. E, por esse ponto de vista, a morte nada mais é que uma nova mudança, não?

Claro que sinto muita falta dos que já morreram. Só eu sei quanta saudade sinto dos meus avós e de outros que eu, por mais que queira, não posso rever. E é claro também que não queria jamais ter que sentir a morte dos que amo, nunca. Muito ao revés do que brinca meu pai, a cada dia que passa, eu percebo menos reconfortante a resposta à notícia da morte de alguém – “Antes ele do que eu.”. E, por isso mesmo, gosto muito do que representam as caveiras mexicanas.

De acordo com as crenças astecas, maias e de outros povos que cá estavam antes de nós e que constituem, (para minha grande felicidade), muito de quem somos - latino-americanos, a morte nada mais é do que uma passagem, uma transição. Por isso mesmo, sua festa mais alegre é o dia dos mortos. Porque nesse dia, no qual lembramos os que já morreram, “recebemos a visita” daqueles que ainda amamos e que, por enquanto, estão longe de nós. Mas é fato: um dia nos encontraremos outra vez, e disso, não há cristão ou pagão que duvide. Há? Então, um dia, estas saudades também morrerão.

Portanto, entre os maias e Albert Einstein que dizia crer na existência de Deus quanto mais compreendia o Universo cientificamente, sinto-me confortavelmente esperando pelas próximas mudanças e pelas transformações que com elas chegarão. Que venha o próximo ano!

Um beijo e boa semana.

"I, at any rate, am convinced that He (God) does not throw dice."

Albert Einstein

Nenhum comentário:

Postar um comentário