quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Meu Buda


Diz-se do amor que é cego. 
Eu digo que quiçá este veja,
seja à luz do dia ou durante a noite extrema,
aquilo para que os olhos não foram feitos.
Os olhos veem a beleza e os defeitos,
enxergam a covardia e o medo,
percebem, mesmo que não se queira,
a carne a deteriorar com o passar dos anos.
Para os olhos o fim sempre chega.
Contudo o amor...
Ah o amor de tão parvo e cego
não se dá conta de tudo aquilo que os olhos veem,
e para ele o tempo não passa.
E tu não envelheces aos meus olhos como para todos os outros
pares de olhos céticos.
Amo-te, e assim és e sempre serás perfeito
com todos os teus defeitos e
com este teu novo jeito, meu Buda:
arredondado,
sorridente
e cheio de silêncios.


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