segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Dias de Madrinha

Os miúdos a acordar e seus humores ;)


Ser madrinha, como ser pai, mãe, avó, avô, tio e qualquer outra palavra que indique termos afeto pelos pequenos nos afasta um pouco de nosso eu individual.  Nos momentos nos quais não respondemos mais por nossos nomes de batismo, tal Clark Kent deixando de ser ele mesmo para ser o Super Homem, opera-se em nós uma transformação um tanto alheia à nossa vontade. Deixamos um pouco de ser os seres egocêntricos, reencarnações do Rei Sol ao redor do qual gira o mundo, e nos vemos à mercê das necessidades alheias. Por vontade própria, porém e ao mesmo tempo pela vontade alheia, nos damos de alma e coração aos pequenos que amamos e, por eles, nos transformamos em pessoas melhores.

Por isso, nos próximos 10 dias, dias de madrinha em tempo integral, faltar-me-á o tempo para tudo aquilo que diz respeito ao meu próprio umbigo, contudo, sobrará  espaço para uma das alegrias mais doces desta vida: ser dos meus pequenos. Fato que pode parecer difícil e pesado para muitos, mas que para mim significa ter umas boas férias de mim mesma e de meus problemas enquanto os pais dos miúdos tiram férias da vida que a eles pertence para namorar um pouco uma vez mais,

Portanto, ao invés do trabalho de todo santo dia, dos jornais, livros e revistas, dos filmes, das mesas de bar e da ginástica, nesta semana teremos idas e vindas à escola, discussões sobre as lições de casa não feitas e sobre o fato de ainda haver comida no prato. Serão dias de jogos, aventuras, vídeo games, bola e muito desenho animado. Uma boa mudança, não? Claro que sim! Pois, para além de boa, esta é uma oportunidade única quando lembramos que o tempo não para e que há momentos que não poderão ser repetidos através dos anos mesmo que queiramos muito.

Então, por estes dias, o corriqueiro e o banal ganhará ares de fato raro e especial. Assim, tornam-se especiais os abraços na saída do colégio, as risadas descabidas, as bobagens desmedidas. Transformam-se em preciosidades as discussões ganhas por mim como as por mim perdidas, e são bênçãos as carinhas de cabelos desgrenhados pela manhã. Nestes dias, dias de uma responsabilidade gigante e de uma rotina contada pelo relógio, a verdade verdadeira é que eu deixo de ser um pouco quem sou hoje em dia e volto a ser menina.

 Benditos são os dias de madrinha, dias de felicidade explícita!



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