domingo, 14 de janeiro de 2018

Sou colorida



Sou colorida


Sou brasileira, sendo assim, uma pessoa colorida por nascença. Por colorido aqui devemos compreender que sou uma pessoa de cor; cor indefinida e múltipla. Como, aliás, praticamente todo o brasileiro o é. Afinal somos, quase todos, o resultado de inúmeras misturas de raças que remontam a tempos já esquecidos; há muito idos. Índios brasileiros, europeus, africanos e asiáticos formam a origem do que se chama de o povo brasileiro e, portanto, somos uma raça mestiça desde o berço.

Não, apesar de toda esta mistura, o Brasil não é um país livre do preconceito racial. Esta não é uma nação profundamente democrática; não senhor. Isso quer apenas dizer que aqui, via de regra, fica realmente difícil definir o que vem a ser uma pessoa branca ou negra. Afinal, há tantas dezenas de matizes e combinações possíveis que entre as simplistas definições de branco e negro cabe um universo inteiro de possibilidades. Somos mesmo um povo colorido.

Esta mistura toda, apesar do que muitas cabecitas parvas pensam sobre a mestiçagem, é sem sombra de dúvida uma das maiorias riquezas desta nação que nos abriga. Somos, graças a nossa variedade, aptos a tudo. Somos altos e baixos, muito fortes e delicados, somos criativos e focados, brincalhões e compenetrados. Sabemos fazer música de todo o tipo e escrever muito bem. Somos bons nos esportes do futebol ao karate; sabemos pilotar carro, jogar tênis, voleibol e basquete também. Produzimos de alimentos a aviões, e nos espalhamos a trabalhar pelo Mundo. Somos, por nossa diversidade, um povo capacitado para grandes feitos. Entretanto, falta-nos acreditar nisso.

Como diria Nelson Rodrigues, temos um danado complexo de vira-latas e não enxergamos o valor de ser o que somos: uma bela mistura que combina o que há no mundo todo; somos brasileiros. Pois, falta-nos acreditar e lutar um pouco mais enquanto povo; enquanto nação. E o problema, a questão, é que o brasileiro ainda se vê como um povo dividido e, portanto, não luta pelo bem estar de todos como uma nação. Não nos vemos como uma sociedade única, e ainda acreditamos, um tanto aparvalhados, que conquistar pequenos privilégios para nós mesmos, mirando apenas o próprio umbigo, seja uma boa solução. Não o é.

Pois, seria muito bom se todos nós compreendêssemos que somos todos coloridos, de tons diferentes, cheios de particularidades e peculiaridades e que isso, exatamente esta falta absurda de padrão, é que pode fazer de nossa terra, continental em dimensões, verdadeiramente grande. Ser brasileiro é poder ser completamente diferente de seu irmão e isso não causar qualquer espanto. Somos todos coloridos.

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