sábado, 20 de abril de 2019

12



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Aos 12 anos de idade a vida já tem contornos do que um dia, em breve, será. E sobra pouco, ou quase nadinha de nada, da infância no ser que um dia foi nosso bebê e que aprendemos a amar incondicionalmente desde o momento zero. Pois, aquela pessoa existe apenas dentro de uma barriga e já a amamos, não importando nada mais. Assim amamos aos nossos miúdos e pronto; e ponto final.

 A tal mudança não chegando a ser boa e nem ruim, é apenas o rumo natural da vida e, a bem da verdade, parte primordial da aventura de termos os miúdos ao nosso lado. A verdade, de verdade, é que é lindo vê-los crescer; uma alegria imensa como o sentimento de vermos uma obra de arte em construção. Contudo, ao mesmo tempo, ficam, para todo o sempre, as saudades da criança que tivemos no nosso colo em toda e qualquer situação porque ali era seu lugar mais seguro.

Hoje a adolescência já faz das suas no antes miudinho que cabia no meu colo. Pedro tem 12 anos, feitos por esses dias, e o fato é que há um par de anos ele não é mais o menino que corria de braços abertos quando eu chegava. Tudo nele está em evolução e revolução: novos interesses e amigos, e uma gama plural de sentimentos se apresentam. Ele começa a descobrir a vida para além dos muros que nós criamos a seu redor e, para nós, nos resta observarmos com atenção e um bocadinho de medo tudo que se passa; como sempre.

Aos 12 ele não corre mais ao meu encontro, fato. Porém, ainda há momentos de colo. E, mesmo que muito mais raros... Exatamente porque são mais raros, eles têm uma importância inigualável. Pedro não precisa mais do nosso colo porque sente medo ou cansaço, ou porque está acostumado com ele. O colo agora e apenas uma forma de expressão, silenciosa, de amor. E nos amaremos para sempre.

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