quarta-feira, 9 de março de 2022

A guerra

 


A guerra

Do lado de lá do azul oceano

Uma eternidade de lágrimas brota

E desde este lado apuro os ouvidos para ouvir os lamentos

Doloridos e chorosos.

Por que a maldade humana nos assombra repetida e

Cotidianamente ainda

E mais uma vez?

Por quê?

O mundo dos homens de um repente transforma-se

E nos pesadelos das noites que não são seguidas

Pelo amanhecer

o bicho papão cria feições humanas.

Nada nos assombra mais do que o fato

de sermos nós mesmos

o monstro.

Não há razões que expliquem as razões de uma guerra

e desde este lado fico mais uma vez em confusão;

Por quê?

Por que escolhemos manchar o azul oceânico que deveria refletir

a tranquilidade do céu dentro de nós?

O mundo avermelha-se com ódio

e desde aqui escancaro meus olhos porque sei:

Ouvimos pouco sobre o pior das guerras,

dos horrores das guerras falamos pouco

porque mulheres e crianças são, sempre, as mais emudecidas

depois que a primeira bomba explode.

Sem esperança no corpo

Sem luz nos olhos

Sem vida na alma seguem.

Desde aqui, tão longe quanto poderia ser um mundo azul neste momento,

Sinto-me ferida de morte

Seguimos apáticas.

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