sexta-feira, 15 de abril de 2022

O Gigante

 


O Gigante

 

Freddy Rincón era gigantesco. Muito maior que seus 1.88 de altura em campo e na vida. Rincón era amplo, braços vivos que também jogavam em campo; pernas e pés abençoados por Deus. Rincón é o dono das mãos e do sorriso largo, tão amplo quanto ele, que ergueram a primeira taça de campeão mundial do meu time.  E esta cena estará para sempre em minha memória. Rincón é ídolo corintiano e, por isso, nessa semana, no dia 13 de abril, nossa má sorte, ficamos um pouco mais órfãos sem ele.

Rincón foi um grande meia-atacante que no Corinthians assumiu a volância como poucos.  Talentoso e com cara de mal, Mr. Rincón foi genial em sua parceria antagônica com Marcelinho Carioca. Marcelinho era a genialidade da veloz e leve malandragem carioca enquanto Rincón era o talento da astúcia latina, um jogador inteligente e cerebral que pensava o futebol desde o meio do gramado.

Sei que o que nos interessa é ver gol quando falamos de futebol. Contudo, sempre fui apaixonada pela zaga. Sou fã dos zagueiros como um todo e discordo de quem acha que na posição estão aqueles aos quais falta talento com a bola no pé. Nesta área o talento é outro, e precisa ser compreendido.

Daí, minha paixão por Rincón, que sei, nunca foi zagueiro, explica-se. Rincón, para mim, tinha cara de zagueiro, corpo de zagueiro, mal humor de zagueiro e muito talento para fazer gols. Rincón era forte e preciso, tinha muita capacidade para o drible necessário e era elegante jogando. Rincón era tático e sabia usar seu corpo para proteger a bola e o nosso gol como ninguém.

Os outros times que me perdoem, sei que Freddy Eusébio Gustavo Rincón Valencia jogou em vários clubes de futebol. Até mesmo no Palmeiras, antes de vestir a minha camisa; uma heresia. Entretanto, o meu Rincón teve dois times na vida:  o Sport Club Corinthians Paulista e a Seleção Colombiana e ponto final.

Que vayas con Dios, Rincón. Te extrañaré siempre.




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