sexta-feira, 8 de julho de 2022

Paixão em Campo

 



Paixão em Campo

(os Macaquitos mandam abraços e bananas)

 

Voamos para a Argentina de asa quebrada; feridos. Time cheio de baixas a ponto de ser difícil imaginar que teríamos uma boa chance contra o Boca Juniors em La Bombonera. Seria uma guerra, árdua luta que dependeria muito mais de garra, alma e sorte do que da bela habilidade com a bola nos pés.

Fomos imbuídos do espirito alvinegro corintiano e assim entramos em campo. Ou seja, não importava muito a forma, jogar bonito não era a meta, muitos gols a nosso favor nem pensar. O objetivo era segurá-los e sairmos da casa de Maradona classificados; o que já seria um feito, fato consumado apenas uma vez pelo Santos Futebol Clube de Pelé.

Fomos, vimos la Bombonera abarrotada cantando como sempre, sem arrefecer, e vencemos!

Zero a zero no tempo regulamentar depois de Benedetto ter perdido um pênalti na trave direita, (e sim, eu acredito na intervenção divina e depois do penal perdido por Roger Guedes na nossa Arena, o certo, o justo, aquilo que São Jorge e São Cássio permitiriam, seria a igualdade para os dois times e nada de gols).

Disputa levada à cobrança de pênaltis, a la copa do Mundo de 1994. Não gosto disso de decidir qualquer partida assim, contudo, estava claro desde o começo que assim deveria ser. Nós tínhamos o Gigante a fechar o gol e uma vontade ímpar de vencer.

Nervos à flor da pele, coração disparado a cada cobrança e algumas unhas perdidas. Mesmo sabendo que sina de corintiano é essa, sofrer e seguir em frente já que vencer quando ninguém espera, sem muitas condições para tal, é o que nos agrada; os nervos sempre nos acompanham.

Benedetto nos ajuda mais uma vez, e a la Mundial de 1994 homenageia Baggio e bate o último pênalti do Boca na Lua. Final da sequência de penais e mais uma vez empate. Cobranças alternadas decisivas e, como de costume, o Gigante quadriplica de tamanho nas decisões. Cássio defende uma boa cobrança e então...

Então Gil caminha em direção a bola e faz seu gol. Boca desclassificado na Libertadores dentro de casa, fato que acontecera apenas em 1963.

Linda lição do destino, ver aos Hermanos mudos depois que o nosso zagueiro negro decretou com os pés a derrota do Boca Juniors. Depois de termos presenciado cenas de racismo em campo protagonizadas por tantos argentinos e outros, esse foi mesmo um desfecho bonito de se ver.

Enquanto muitos gritam macaquitos aos brasileiros em campo com a intenção de nos ofender, eu de cá dou de ombros. Somos 5 vezes Campeões do Mundo, Campeões nas últimas 3 Libertadores e temos 5 times classificados para as quartas de final no campeonato atual. Pelé foi e sempre será Pelé, negro, brasileiro e o Deus do futebol.

Gil calou a Bombonera e nós, os macaquitos, de cá continuamos a vencer e mandamos abraços e bananas aos hermanitos cheios de inveja. Nós somos macacos muito competentes, somos mesmo apaixonados por futebol e muito bons.




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