sexta-feira, 12 de agosto de 2011

o não e o medo


1
Teu medo te afasta do incerto,
o novo e desconhecido
congela-te.
Fora de teus domínios
há um horizonte grande demais,
 e queres o conhecido,
amas ao caseiro e
te sentes bem entre os iguais
grãos do mesmo saco.
Eu, que sou dos de fora,
 Bem à margem,
mereço apenas a tua pena interesseira.
Não sou homem ou mulher,
sou um ser, curiosidade,
um acontecimento diferente
inferior e não inteligente
que merece teu dó,
mas nunca respostas.
Sou uma atração de circo sorridente.

2
Passaram horas, dias e meses
Passarão meses, anos e a vida
E teremos perdido tudo:
as dúvidas e as certezas
a paixão e o caminho
a possibilidade de talvez.
Restará sólido e grandioso
o Nada que houve entre nós.
3
O não saber deste bem querer
Deve querer dizer ao meu saber
Dizer o quê? Não sei.
Dizer que nada sei
Nem mal, nem bem
Do que quer dizer te querer bem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário