Não sei do tamanho das minhas saudades
que estão para além dos morros, para além do mar.
Sem fim nem começo, como todo sentimento
que se impõe sem percebermos,
a nascer pelas madrugadas caladas e repetitivas
silencioso e verdadeiro por seu caráter obscuro,
escuso; anormal. 
Longe das vergonhas do dia eles passeiam 
a respirar por noites úmidas e sem olhos.
Vagam nus, porque apenas assim podem estar;
nus e covardes tão plenos de sua covardia 
visceral que fedem.
Não sei do tamanho das minhas saudades
do tamanho do teu medo
do tamanho deste desejo ridículo e abjeto,
tão consciente de não ter lugar em lugar algum
que como as saudades
nasceram sem querer 
e não sabem
onde
quando
e como 
hão de morrer.

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