quinta-feira, 6 de junho de 2013

Tempestade

de azul tornou-se cinza
cinza chumbo
a mostrar sua falta de vontade para com minha humanidade
a olhar-me de senho franzido
e lábios apertados de segundos antes do grito
fechou-se
calou-se
irritou-se
matou-me
de azul tornou-se cinza
cinza escuro que prenuncia a Tempestade que de mim
se aproxima
a lavar-me vêm tuas águas
tuas gotas de chuva feitas de medos
carregam, indiferentes, para o fundo deste oceano sem fundo
a minha menina
bailarina
que esperava ver arraias e caravelas vindas do teu mar
e apenas viu a Tempestade chegar
e calou-se
fechou-se
matou-se


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