sábado, 11 de outubro de 2014

Ilusão


Depois de muitos e tantos caminhos
percebo-me pequena;
o grão.
De repente, ao abrir os olhos pela manhã,
fica clara a insignificância de ser.
Existir é um mero acaso;
um descaso,
desleixo,
relaxo.
É um ser, um simples existir despretensioso
ao qual damos a importância ilusória e crente dos fiéis.
Somos carne, apodrecemos,
e cremos num Deus para em nós mesmos
podermos crer.
Dá-nos medo a clara visão do que não temos,
pois que a nossa orfandade divina,
a solidão desimportante da alma,
mata em nós o que nos faz humanos.
Então somos,
em toda a nossa realidade,
uma  cega e bela
ilusão.




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