Asas
Queria ter
asas e ser dona de meus voos
para bater-las
sempre que a vontade chegasse. 
Livre,
eu cruzaria
o oceano Atlântico apenas para ver o verde dos olhos tristes
do meu
menino
e, como os
anjos apaixonados e caídos, sentar-me-ia em sua janela calada; quieta.
Se eu tivesse
asas, feito passarinho, 
atravessaria
o meu país todos os dias para rever  os amores mais antigos
e migraria para o sul para rever meu ninho,
e migraria para o sul para rever meu ninho,
que é lugar
que emana calor mesmo no inverno; 
onde eu jamais sinto frio.
onde eu jamais sinto frio.
Se eu
tivesse asas eu não teria parada,
e as abriria
pequenas e imensas nas correntes de ar quente para planar
sem pensamentos; e pelo céu absorta.
Mergulharia nas
nuvens em tons de rosa dos finais de tarde 
para sentir
no meu rosto toda a leveza do seu existir tênue e perene,
e me
lembraria o quão pequena sou vendo o mundo, sem fim,
desde o azul.

Nenhum comentário:
Postar um comentário