domingo, 26 de julho de 2015

Onde está o fundo do poço?



Onde está o fundo do poço?

Estamos a olhar para baixo e nada de enxergar o fundo do poço que os brasileiros, como uma nação, por displicência, preguiça ou má fé profunda andam a cavar há alguns anos. Hoje, já não nos vemos mais como um país do futuro, mas como um país de futuro incerto. Uma nação onde a noção de certo e errado ganha contornos flexíveis demais, tal ginasta russa, dando vida ao nosso “jeitinho brasileiro” que inviabiliza uma boa vida para todos nós.

Somos um país burocrático e corrupto, violento e injusto, uma nação que desdenha da educação e idolatra o que não tem valor algum. Somos fúteis e superficiais, em nossa grande maioria, com nossa pantomima latina do jeito norte-americano de ser; imitação barata “made in China” que nos chega via Paraguay e, hoje em dia, é comercializada por milhares de coreanos que são os novos sírio-libaneses do século 21. Somos uma imitação de nação.

Portanto, não chega a causar completo estranhamento que falte conteúdo na política brasileira, e que sobre a ganância naqueles que deveriam gerenciar bem as riquezas da nação. Os que deveriam fazer deste país um lugar onde a qualquer um gostaria de viver, enriquecem a si mesmo e nos devoram, tal vermes, por dentro. Afinal, nossos políticos são em grande parte o reflexo de quem somos nós, talvez não reflitam a cada um de nós individualmente, é certo. Contudo, não há como rechaçar a máxima que nos diz que os governantes sempre serão, em grande medida, um reflexo daqueles que são por eles governados. Assim somos nós e nossa omissão leviana e acomodada, nossa moralidade de extrema flexibilidade cobra-nos seus juros, certamente.

Ajudamos a cavar o poço onde nos encontramos por omissão, porque somos politicamente apáticos e displicentes, e agora nos deparamos com um buraco que parece não ter fim; nossa terrível criação nos engoliu. Contudo, e mesmo que todo o sangue brasileiro fosse mesmo feito de sangue de barata, seria impossível suportar aos absurdos que vemos e ouvimos diariamente e, por fim, nos irritamos. Finalmente, estamos incomodados e à beira de sair pelas ruas mais uma vez para gritar que este país terá que mudar.

A mudança será demorada, difícil, porém, certamente, virá porque não há mais como aceitar o país no qual vivemos hoje. Tem sido difícil assimilarmos as cifras perdidas para a corrupção e, ao mesmo tempo, vivermos em cidades sem segurança, saúde e educação. Tem sido extremamente complicado suportarmos aos Senhores de Brasília, os ofendidos Collor de Mello e Eduardo Cunha entre outros, clamando, donos de suas deslavadas caras de pau, por justiça e democracia por terem sido citados no processo da Lava-Jatos como chefes de quadrilha. Tem sido doloroso assistirmos à Senhora Presidente, ao seu partido e seus aliados, a comandar nosso país e sua economia de maneira ineficiente, equivocada, e em benefício próprio e nada mais.


E como já corre à boca pequena em Terra Brasilis, neste país não há mais partidos políticos, mas sim, quadrilhas organizadas e oficiais. Em 1904 o cronista americano O. Henry (William Sydney Porter) criou o termo "República das Bananas" referindo-se a Honduras, e que descrevia os governos latinos corruptos e autoritários. Termo antigo que nos ofende muito, e que anda a ecoar por muitos países latino-americanos, como nós, por estes dias.  

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