quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Pequeno Mundo



Pequeno Mundo

O mundo ficou estranhamente pequeno,
apertado, e se descoloriu
no dia em que seus olhos se fecharam para não
me ver mais; nunca mais.
E eu, desde então, apenas sinto que este mundo
tão pequeno
não é o meu. Ele não me pertence,
eu nele não caibo mais como cabia,
sou um triste gigante de roupas apertadas e passos desengonçados
com medo de caminhar.
Mãe, não sei mais tudo que eu sabia,
não sei o que dizer em tantas horas neste novo mundo
e, então, calo. Quieta eu fico, eu sou
quando me lembro do dia em que fechei seus olhos
para não os ver mais; nunca mais.
Estranho me lembrar que te fizemos semente,
mais uma vez,
e te pusemos, flor, num estranho jardim aonde eu
não quero ir. Onde as flores não nascem,
apenas são guardadas.
De agora em diante sou metade, minha flor,
sou o quase,
e falta-me uma parte tão grande que não sei se sou eu mesma.
Sem você,
eu ainda preciso aprender a ser.

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