quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Caminhos





Caminhos


Pelas ruas caminham com tudo que os pertence.

Sentem tudo o tempo todo;

nada sentem.

Pergunto-me como é estar assim,

Ser assim

neste ser sem destino certo, quando o mundo todo

é sua casa.

E nada, de fato,

nem mesmo a própria existência, lhes pertence.

Astronautas sem estrelas,

flutuam pelas calçadas soltos no espaço,

perdidos no tempo. Olhos baços.

Não há dias claros depois de tantos dias passados

sem destino claro.

Passam os meses, escoam pela sarjeta os anos de uma vida inteira,

cheia e desimportante.

E na multidão, eles estão sozinhos;

fugitivos da realidade, homens e mulheres que se escondem

ao se mostrarem  despidos de suas identidades.

Eles caminham pelas ruas,

e por elas eu também sigo.

Eu caminho.

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