segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Mordida

 


Mordida

dentes

teus dentes

na minha carne

mais dentes

meus dentes sorriem e os olhos se fecham

viajo egoísta por dentro de mim numa tempestade de sinapses

cérebro iluminado por milhões de estrelas cadentes

teus dentes

tua língua quente

e dentes

na minha carne macia

um arrepio desmedido, sem medos,

corre pela coluna vertebral abaixo e erguem-se todos os pelos

desejo

te sirvo pernas, braços, ombro, os peitos

o corpo inteiro

devora-me sem perguntas ou questionamentos

dentes

teus dentes deixaram na pele

n’alma minha

invisível marca permanente

 

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