quarta-feira, 7 de abril de 2021

habitar

 



habitar

 

Habitas meus sonhos a fazer deles tua casa

à revelia do que conscientemente quero

                                                                       eu

Apareces sem aviso

sem motivos

sempre sorrindo

e penso

ao pensar meus sonhos

que ainda tu és meu buda particular

Chegas sempre em dias claros e cheios de brisa

quentes como um abraço

e sem muito a dizer,                                                                   apenas sentimos

Talvez seja eu que fuja da realidade

tão sombria destes dias com mais frequência do que antes

não sei

O que sei é que nunca habitaras tanto meu inconsciente

de forma tão realista

pois verdadeiramente sinto, naquele sitio perdido da imaginação,

teu corpo presente

Sendo assim

abrir meus olhos pela manhã todo santo dia

tem sido um eterno partir

Vivo à noite noutra vida enquanto tu me habitas

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