quarta-feira, 21 de abril de 2021

Todos Sem Ar

 


Todos Sem Ar

 

Há mais de um ano não somos donos de nossos narizes como d’antes costumávamos ser. Não senhor. Vivemos há mais de 12 meses, por este mundão todo, num tipo de “estado de exceção” onde nossa liberdade de ir e vir se vê tolhida. Não que todas as democracias do Planeta Azul tenham sucumbido. Claro que não. Mesmo que em alguns casos, como em Terra Brasilis, elas não sejam assim um exemplo do que deveríamos chamar de democracia. O que nos prende é um pequenino vírus, quiçá uma praga divina.

Pois, a tal Covid-19 tem se mostrado mais teimosa e persistente do que imaginávamos e insiste em permanecer por nossas ruas e avenidas. Onde nós, agora, via de regra, não podemos estar. É bem verdade que em alguns países a situação já está sob controle, ou assim nos parece do lado de cá do gramado, e por lá a vida volta a parecer-se com aquilo que um dia tivemos.

Infelizmente, aqui no mundo do seu Jair, as coisas são mais complexas e complicadas do que em outros cantos e recantos por aí. Por cá, a lógica foi definitivamente subvertida e antes de fazermos tudo o que podemos para deter o tal vírus mutante, digno das páginas de Stan Lee, estamos preocupados com o próprio umbigo e com as eleições em 2022. Assim, olhos postos nas nossas próprias barrigas, seguimos sem rumo certo; rodopiando sem sair do lugar.

E, com o passar do tempo, foi-se para a cucuia a nossa paciência, a nossa esperança, e a nossa sanidade mental. O perigo é real e torna-se mais letal com o passar do tempo e nossas novas cepas turbinadas pela receita brasileira de fingir que o problema não existe. Pois, parece-me que no quesito criar desgraceira somos mesmo eficientes.

Assim, sem conseguir perceber claramente a luz no fim do túnel. Apáticos a espera pela vacina salvadora que chega a passos de formiga e cheia de preguiça, seguimos. Milhares de nós, brasileiros, seguem sufocando nos hospitais lotados lutando para respirar, enquanto, cá fora seguimos nós também tentando respirar normalmente. Atacados pela angústia, pelo medo e pela ansiedade temos os pulmões funcionando sem problemas, contudo, nossas mentes já demonstram claramente a falta de ar.




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