quarta-feira, 1 de setembro de 2021

Blahhhhhhh

 


Blahhhhhhh

Já quisemos tanto. Quisemos mudar o mundo, revolucionar os costumes, sermos melhores do que foram os nossos pais. E, como todo ser humano que já pisou neste planeta, nos pensávamos eternos; “forever young, I want to be forever young...” cantei tantas vezes. Bem, não somos muito diferentes dos nosso pais. Não fomos. Somos apenas um pouco mais do mesmo, quiçá, com um toque tech a mais. Nada mais. Talvez piores, materialistas rasos sem grandes paixões. Seres profundamente egoístas com dinheiro no banco enquanto tantos morrem de fome.

Temos mais dinheiro do que nossos pais, ok. E daí?

Pois 1 que a tal revolução não fizemos, não senhor. E hoje, bem mais preguiçosos e cansados do que aos 20, queremos apenas sossego; quem diria. Verdade seja dita, houve mudanças. Contudo, eu que aos 15 preocupava-me com a situação das baleias e com a volta da democracia e da igualdade no meu país, sinto-me desolada. Desapontada comigo mesma e com os meus pares. Falhamos. Eu esperava muito mais de nossa geração.

Esperava tanto mais do mundo e do meu país. Acreditava que cuidaríamos bem da natureza, que à esta altura compreenderíamos melhor e mais sinceramente as diferenças entre as pessoas e os povos, achava que caminhávamos para um mundo onde a abundância seria melhor compartilhada. Pois 2, eu era jovem e tola. Muito tola.

Costumo dizer que Lula, o senhor Luiz Inácio da Silva, em seu primeiro mandato, foi o último a fazer-me de palhaça nesta terra. Nunca me esquecerei da cara lavada dele em pronunciamento na TV a dizer que nada sabia sobre a corrupção e os desvios em seu governo. Palhaço... palhaçada, pensei. Raposa covarde! E me perguntava se alguém poderia crer numa farsa tão absurda como aquela.

Pois 3, muitos acreditaram. Muitos ainda creem na inocência desse senhor que de inocente não tem absolutamente nada. Entretanto, e infelizmente, a crença na inocência do seu Inácio não vem a ser o fato mais absurdo e nocivo em Terra Brasilis. Não.

Não há, e muito provavelmente não haverá jamais, um absurdo maior e um dano mais grave do que termos eleito o seu Jair como presidente do nosso país. Difícil entender como pudemos, e ainda podemos, crer que um calhorda como esse senhor pudesse fazer algo de bom a alguém. Não pode.

Nada de bom pôde ou poderá sair da mente turva e egoísta do Sr. Bolsonaro e de sua quadrilha familiar. Já que são um bando de calhordas de longa tradição na canalhice.

Pois 4, apesar de saber que seu Inácio e seu partido também flertaram acintosamente com o desejo de ter todo o poder possível em suas mãos, nunca estivemos tão próximos de um retorno de um governo ditatorial como agora. Nunca vimos uma demonstração tão clara de um governante que não consegue pensar o mundo para além de seu umbigo. Seu Jair quer perpetuar seu poder no Brasil e para tal arma-se.

Arma-se com parte do exército brasileiro, com boa parte da polícia militar e com uma horda estúpida e irracional que brada pela volta da ditadura.

Jamais imaginei que veria algo assim por cá. Pois, cá estamos, perigosamente flertando com um país irracional e violento. Um país que me dá ânsia de vômito...Blahhhhhhhh.

Aguardemos o 7 de setembro...

 

Obs.: para os apoiadores do atual presidente vai aqui a definição clara do que vem a ser um calhorda.

ca·lhor·da

(origem duvidosa)

substantivo de dois gêneros

1. [Pejorativo]  Pessoa desprezível. = CANALHA, PATIFE, PULHA

adjetivo de dois gêneros

2. [Pejorativo] Que é desprezível ou de baixo nível moral (ex.:  ato calhorda).

"calhorda", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021.

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