segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

O astro Rei e a nossa alegria

 


O astro Rei e a nossa alegria

 

Nasci sob o reinado de Pelé em sua grandeza suprema alguns meses depois da conquista do tricampeonato em 1970.  Edson já havia deixado de ser um ser humano comum quando vim a este mundo e passara, consagrado, a ser considerado Rei não apenas por seus súditos, mas por todo o Mundo. Pelé é único e incomparável. Pelé é lenda viva, ser mitológico de carne e osso que respira. Pelé é o Deus negro do Futebol.

É bem verdade que depois dele, e antes dele, surgiram seres com super poderes sobre os gramados. Didi, Garrincha, Jairzinho, Eusébio, Maradona, os nossos Ronaldos: Nazário e Gaúcho, Messi, Cristiano, Mbappé... e tantos outros. Alguns excelentes atletas, outros seres geniais. Verdade. Entretanto, e mesmo assim, não haverá jamais alguém que se iguale a Pelé. Pelé é Pelé e ponto final. E nem mesmo o Sr. Edson Arantes do Nascimento será, ao mito criado por ele próprio, igualável.

Pelé, ao contrário de Edson Arantes do Nascimento e de todos os outros mortais, será eterno e perfeito sempre. Um ser vindo ao mundo para bailar com a bola em campo como se as regras da física fossem revogadas para que os dois se encontrassem em estase. A bola de futebol enamorada por ele deixou-se conduzir com prazer, ele apaixonado por ela a conduziu com a graça e elegância de ninguém mais. Os dois dançaram juntos por muito tempo; por uma vida inteira.

Imaginar que o Senhor Edson está no final de sua vida me assombra por tudo isso. Porque com ele, mesmo que não totalmente, também partirá Pelé. Eu como sua súdita fiel percebo agora o quão difícil será para mim encarar esta perda no futuro. Meu mundo nunca existiu sem o meu Deus do futebol, e ter que aprender a estar sem ele me machuca pois eu sei que seríamos um povo diferente se Pelé não existisse.

Não quero perder Pelé porque somos em grande parte o resultado de seus feitos e suas conquistas. O mundo nos reconhece em Pelé, nossa bandeira através das mais distintas e longínquas terras é a camisa 10 por ele vestida. Nossa graça, nossa ginga, nosso orgulho de sermos um povo mestiço e talentoso começou ali, em 1970, quando Pelé mostrou ao mundo que éramos capazes de tudo. Éramos em 1970 e ainda somos todos nós, brasileiros, uma parte de Pelé.

Pelé sambou pelos campos e com eles fomos, e somos, felizes e plenos com alegria. Vida longa ao Rei!




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