terça-feira, 5 de abril de 2011

Gotas

Oca
Vende-se uma alma, não ao diabo
Pois na verdade não quero nada em troca
Melhor seria dizer: dá-se uma alma
Só não a quero dentro de mim
Quero-me oca.

Elas
Elas vieram em silêncio
Mornas
Levemente salgadas
Sem sentido como sempre
Como a chuva fina de madrugada
Ninguém as ouve ou vê, apenas
Eu estou acordada.

Platão
Amo a ti, e a culpa é de Platão
Que disse que pode ser real um amor assim
Amo a ti, mesmo assim, ridícula, tola e infantil.
Preciso de colo e de abraço,
Preciso te ouvir.
Coisas que não custam nada
É tudo o que quero de ti.

 Real
Não quero a perfeição, quero o real
Aquilo que às vezes me faz mal
Ambíguo, oblíquo e esquisito.
Quero saber, sofrer e crer
Sem mentiras, eufemismos ou disfarces.
Quero ter tudo e não ser dona de nada,
Quero repartir, doar e dividir.
Dar o melhor que tenho,
E ainda ser eu mesma no fim.

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