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Azules
la muerte es azul, 
de azules de cielo lleno de  nubes 
y soles de amaneceres de  un verano 
tan bello como hoy,
lleno de mariposas y flores.
a mí la muerte no me asusta,
sé que un día llegará 
y eso  no me entristece.
lo que me asombra es vivir 
todos los años que todavía tengo
sin tenerte a mi lado.
sin tus ojos, tus brazos
y abrazos. 
ainda
Teus olhos me olhando ainda estão aqui
pregados na retina  à ferro,
não adianta fechá-los,
esfregá-los.
olho, insistentemente, pela janela do carro,
asfalto, grama úmida, e o céu cinza do inverno
que chega preguiçoso como eu:
pingos lentos de chuva
brisa modorrenta e cansada
aves  acabrunhadas.
finjo tão bem o esquecimento nos dias ensolarados
que mesmo eu acreditei que teus olhos não estavam
mais aqui.
tenho que aprender a esquecer mais rapidamente
tudo aquilo que nunca aconteceu,
o teu peso
o teu cheiro
e o teu gosto, entre o salgado e  o amargo,
invadindo minha boca num jato
na manhã a teu lado.
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