sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Coração Míope


Um amigo muito querido sempre brinca comigo a respeito do tipo de homem que me interessa, dizendo em alto e bom tom (bem, o tom não é tão bom assim) que o que me atrai mesmo é gente feia. Eu rio, claro. Mas a verdade, é que dar-lhe razão não seria algo tão sem sentido assim, já que é fato que gosto mesmo de homens diferentes. Gente que a maioria classificaria como estranha ou feinha mesmo; que me desculpem todos os afetados por esta declaração tão franca assim, porém a beleza nunca me atraiu muito não. Assim como os olhos, tenho míope o coração.
A verdade é que ainda hoje não consigo definir o que me atrai nos homens, o que me faz perder a razão. Sei apenas que há alguns poucos pré-requisitos indispensáveis que nem são tão difíceis de ver por aí. Ele deve ser alto, moreno, mulato ou negro (desculpem-me todos os loirinhos de olhos azuis) e ter uma personalidade meio torta, ser complicado mesmo, cheio de defeitos por fora e por dentro, um ser difícil de compreender e impossível para se conviver; bem... Assim... Assim... Como eu, não? Ok, ok, é verdade que se ele mostrar-se inteligente e sensível a coisa fica deveras complicada, e beira ao piegas mais brega que pode existir. Adoro um drama, nasci para o teatro, eu sei.
Brincadeiras à parte, a verdade é que aquilo que os olhos vêem não faz jus aos sentimentos possíveis para o coração que vê muito além da pele e da carne que podemos com os dedos sentir. Uhhh, aposto que os meninos de plantão já devem ter torcido o nariz pensando: que louca, claro que a beleza é importante sim. E o prazer? E o tesão que se sente quando um corpo fantástico está ali, ao nosso lado, e vem de pronto aquele pensamento: que delícia! (risos e risos). Eu sei como é isso, já tive meus momentos e sei quão bons eles podem ser. Contudo, não é isso que faz ser humano algum se apaixonar. Isso não.
Então, o que faz com que sintamos algo que nos faz perder a razão? Por que quebramos nossas próprias regras, e fazemos coisas que juramos para nós mesmos que jamais faríamos? Quando é que nos perdemos mergulhados nos sentimentos? Claro que eu não tenho a resposta para esta perguntita, e acho mesmo que esta não deverá nunca ser encontrada, pois, que graça haveria daí? Não senhor, que fique cá o mistério preso em nossa alma e ponto final. Sou uma mulher romântica afinal, quem o diria, hein?
Eu, que me apaixonei por motivos tão particulares como um olhar de soslaio, uma barba negra e misteriosa de pirata, os olhos verdes e brilhantes que me viram de repente e, por fim, a voz deste homem que parece me acompanhar por toda vida, aprendi que o importante não é descobrir o que nos faz sentir assim, mas apenas nos permitir assim sentir. Por isso, desejo a todos vocês que se apaixonem sinceramente por alguém sem medo ou pudor. Ah, vale apaixonar-se outra e outra vez pela mesma pessoa ou várias vezes por pessoas diferentes, ok? Eu sei que pode doer, contudo, valerá cada pequeno momento, mesmo!
Um beijo apaixonado para todos vocês,
meus queridos amigos.

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