segunda-feira, 17 de outubro de 2011

o Amor

 

Última vez

quantas vezes já menti para mim?
ninguém deveria mais acreditar nas palavras
rotas e frouxas
que saem das minhas mãos,
da boca:
a última vez que escrevo para ti,
que te envio poemas que não fazem
nenhum sentido, que te ligo.
mas a última deixa de  o ser
outra e outra vez,
pois o medo de perder-te me afoga
na mesma medida
que a coragem me grita: crê, prossegue.
e a última vez passa a ser mais uma,
uma e outra, mais e mais um pouco
de tudo que ainda está aqui,
dentro desta mulher sem freio e sem regras,
que uma ou duas, (talvez cerca de cinco vezes?),
tenha dito que este seria o fim: a última vez.

Eco

De novo, outra vez
Agora, sim?
Nunca, nada,
Ninguém me fará desistir. Então,
Mais uma tentativa, sim?
Vamos repetir, repetir e repetir
Até que possamos dizer: agora sim!

As vantagens da miopia cardíaca

Se Deus te deu defeitos, se há coisas que mereciam ser refeitas,
eu não as vejo.
O mal humor, o insistente cigarro, a falta de tato
e o egocentrismo exacerbado, não vejo.
Nasci míope, de uma forma rara, patologia bem vinda em mim,
sofro de miopia cardíaca e amo-te mesmo torto e
cheio de defeitos,
pois visto de dentro do meu peito,
parece-me perfeito.

Pa' ti mi negro.

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